Estive hoje no FOLIO – Festival Literário Intenacional de Óbidos. Muitos livros em espaços do quotidiano, reinventados: como se fosse uma mercearia, como se fosse – e de facto é – uma igreja, como se fosse uma praça pública, … E o ELEFANTE SALOMÃO, recordando a Viagem do Elefante de José Saramago, viajou em Óbidos. Gostei.
Folio junta autores, tradutores e humoristas
Óbidos, Leiria, 21 out (Lusa) – A norte americana Rachel Kushner e a cubana Karla Suarez protagonizam hoje, em Óbidos, a primeira de 16 mesas temáticas que vão pôr escritores, jornalistas, tradutores, humoristas e comentadores à conversa com o público no âmbito do Folio.
O jornalista e crítico literário José Mário Silva modera a conversa que hoje, entre as 18:30 e as 20:00, versará sobre a obra das duas escritoras.
A primeira é autora de “Telex de Cuba”, o primeiro romance a contar a história dos americanos expulsos de Cuba na sequência da revolução. A segunda escreve sobre a participação cubana na guerra em Angola. A previsão é que, além das obras o encontro aborde o reatar das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos.
Na quinta-feira terão lugar quatro mesas, a primeira das quais versa “a tradução e as suas ciladas, algumas dramáticas, outras hilariantes”, numa conversa entre Richard Zenith, Harrie Lemmens e João Tordo.
Na segunda, os autores Patrícia Reis, Tatiana Salem-Levy e Reinaldo Moraes falam sobre “as armadilhas do sexo na literatura”. Segue-se, na terceira mesa do dia, o universo das escritas de Gonçalo M. Tavares, que o autor irá debater com Anabela Mota Ribeiro, curadora da Folia, um dos capítulos em que se organiza o festival literário de Óbidos.
A fechar o dia, o escritor moçambicano Mia Couto e o investigador brasileiro Sidarta Ribeiro falam sobre ciência e literatura, num encontro com moderação de José Eduardo Agualusa, curador do Folio Autores.
Na sexta-feira, Francisco José Viegas e Sérgio Rodrigues dissertam sobre literatura e futebol, e Hélia Correia e Eduardo Lourenço, moderados por Pedro Mexia, debatem a construção da Europa através da literatura.
A mesa seguinte junta dois dos cronistas mais populares de Portugal, Pacheco Pereira e Ferreira Fernandes, a falar com Ana Sousa Dias sobre a arte da crónica e, a fechar o dia, o autor espenhol Javier Cercas conversa com José Riço Direitinho sobre Espanha, a Europa e o lugar do romance na ficção contemporânea.
No sábado é tempo de falar de integração, numa mesa que junta os escritores Cristina Norton, Carola Saavedra, António Cabrita e Kalaf Epalanga, ou seja, respetivamente, uma luso-argentina, uma chilena e brasileira, um português radicado em Moçambique e um angolano que se fez português.
Noutra mesa, o cabo-verdiano José Luís Tavares, o angolano Rafael Marques e o moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa fazem o balanço dos 40 anos das independências africanas, com o foco na literatura e na cultura.
A tarde reservará momentos de humor, com Luís Fernando Veríssimo e Ricardo Araújo Pereira, moderados por Nuno Artur Silva, numa conversa que a organização diz que “pode seguir todos os caminhos”.
A última conversa de sábado dá voz aos brasileiros Ruy Castro e Nelson Motta, para dissertarem sobre os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.
No último dia do Festival Literário Internacional de Óbidos, será tempo de ouvir os portugueses Valério Romão e Bruno Vieira Amaral, recém-distinguido com o Prémio José Saramago, e o brasileiro João Paulo Cuenca a falar sobre a afirmação de jovens escritores.
Noutra mesa, poderá acompanhar-se igualmente uma discussão sobre viagens e literatura, temas que juntam os portugueses José Luís Peixoto e Pedro Rosa Mendes.
A última mesa do Folio reúne responsáveis por quatro editoras e grupos editoriais – Porto Editora, Grupo Leya, Abysmo e Tinta-da-China – a discutirem o negócio da edição em Portugal e a forma como a concentração está a afetar a produção literária.
O Festival Literário Internacional de Óbidos decorre até ao próximo domingo, levando à vila 459 autores e criadores.
DYA // MAG – Lusa/Fim






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