Macau, China, 02 fev (Lusa) – A fadista Cristina Branco atua a 12 de março em Macau, a convite do Festival Literário Rota das Letras, que leva ainda até à cidade chinesa a interpretação de “Os Lusíadas” do ator António Fonseca.
Além destes dois artistas portugueses, o Festival Literário de Macau convidou para a edição deste ano o músico chinês Yo Shisan e João Caetano, que nasceu e cresceu em Macau.
Todos são artistas que “homenageiam o património cultural do seu país, mas com uma interpretação própria e uma profunda reverência pela palavra escrita”, sublinha a organização do festival, num comunicado divulgo hoje.
O cartaz inclui ainda ópera cantonense, como o grupo Ópera Cantonesa de Foshan, que leva a Macau, a 06 de março, “um segemento da sua produção Peony My Neauty”, uma adaptação de “Pavilhão das Peónias”, de Tang Xianzu, o dramaturgo da dinastia Ming que o Festival Rota das Letras homenageia este ano, no 400.º aniversário da sua morte.
Sobre Cristina Branco, que atuará no Centro Cultural de Macau, a organização do Rota das Letras sublinha que “é uma cantora de poetas, incluindo alguns nomes mais emblemáticos da poesia portuguesa (como Camões Pessoa, David Mourão-Ferreira, José Afonso) e internacional”.
Já António Fonseca sobe ao palco do Teatro D. Pedro V a 07 de março para apresentar uma versão reduzida de duas horas e meia da sua interpretação de “Os Lusíadas”.
António Fonseca disse, pela primeira vez, os dez cantos de “Os Lusíadas” a 10 de junho de 2012, no âmbito de Guimarães Capital Europeia da Cultura, mas o trabalho de apropriação do texto de Camões para a oralidade começou em 2008.
Depois daquela estreia em Guimarães, o ator tem feito apresentações em espetáculos de interpretação integral da obra, que dura um dia inteiro, ou numa versão mais reduzida, escolhendo excertos.
A quinta edição do Rota das Letras decorre de 05 a 19 de Março e, como já foi anunciado anteriormente, homenageará o poeta português Camilo Pessanha, no 90.º aniversário da sua morte, em Macau, e contará com a participação de Pacheco Pereira, Pedro Mexia e Rui Zink.
O Festival Literário de Macau, fundado pelo jornal local Ponto Final em 2012, assume-se como “o primeiro grande encontro de literatos” da China e dos países lusófonos, linha que se mantém na edição de 2015.
No entanto, este ano, o festival tem “maior abertura internacional”, contando com a presença de escritores da Irlanda, Austrália, Espanha, País de Gales, suécia, Filipinas, Estados Unidos da América e Taiwan.
Do Brasil, destaque para as presenças de Luiz Ruffato e Marcelino Freire.
Por outro lado, pela primeira vez, um autor da Guiné-Bissau vai estar no festival literário de Macau. Trata-se de Ernesto Dabó, o poeta e músico que esteve na génese da música moderna guineense nos anos de 1970.
Do lado da China, Chan Koonchung e Zheng Yuanjie são alguns dos autores que vão passar por Macau nos 15 dias do festival, que, no total, conta este ano com 40 convidados.
Também à semelhança de edições anteriores, o festival inclui secções de outras artes, entre elas, cinema e concertos musicais.
O cineasta Luís Filipe Rocha e a documentarista Sofia Marques são dois portugueses que irão a Macau exibir alguns dos seus trabalhos neste âmbito.
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