Macau, China, 19 jun (Lusa) – A exposição Chapas Sínicas, um retrato de Macau durante a dinastia Qing, é um dos eventos que marca a inauguração do “centro de intercâmbio cultural entre a China e os países lusófonos” em Macau, foi hoje anunciado.
O Instituto Cultural (IC) de Macau divulgou hoje, na íntegra, o programa da 1.ª edição do ‘Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os países de língua portuguesa’, que abre em julho “um novo capítulo” no intercâmbio cultural e humanístico entre estes países, disse em conferência de imprensa a diretora do IC, Mok Ian Ian.
Inscritas na UNESCO desde o ano passado, as Chapas Sínicas documentam a permanência dos portugueses em Macau e a negociação com o império chinês, numa cidade onde as duas comunidades coabitavam. A exposição cruza imagens e documentos que ajudam a “construir um retrato vivo de Macau”, indicou a entidade.
O festival integra também a “Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, para a qual os fundadores da galeria “Underdogs” – Alexandre Farto (Vhils) e Pauline Foessel – partem como curadores da exposição “Alter Ego”.
De acordo com o IC, a primeira edição dedica-se às “múltiplas facetas da arte contemporânea” e reúne obras representativas do interior da China, das regiões especiais – Macau e Hong Kong – e dos oito países de língua portuguesa (Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).
Entre um total de quatro exposições, contam-se obras dos portugueses Miguel Januário (conhecido por maismenos), Wasted Rita, Ricardo Gritto e do estúdio de design Pedrita.
Por último, foi apresentado o Fórum Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, um evento dedicado à “diversidade cultural” que irá reunir oradores e especialistas de vários países. O objetivo, recordou o IC, é “contribuir para a consolidação de Macau como plataforma de intercâmbio e cooperação cultural sino-portuguesa”.
No passado dia 07, o IC já havia revelado dois dos eventos que compõe este festival inédito: o Festival de Cinema – que inclui dois filmes do português Manoel de Oliveira; e o Serão de Espetáculos, com apresentações de música e dança de grupos de Gansu, província no noroeste da China, e também de grupos portugueses, angolanos e cabo-verdianos.
Questionada sobre a continuidade deste Festival de Artes, a responsável máxima pelo Instituto Cultural afirmou que o plano é “organizá-lo anualmente” e considerou ainda a inclusão da literatura nas próximas edições.
Mok Ian Ian disse que o orçamento da primeira edição ronda os 2,9 milhões de euros.