A questão das grafias duplas tem levantado muitas dúvidas e levado à ocorrência de algumas confusões.
Efetivamente, a palavra ‘facto’, tal como é pronunciada em Portugal, deve ser escrita com o /c/, embora, na pronúncia brasileira, o /c/ não se pronuncie e se escreva ‘fato’. Por isso se diz que é uma palavra com dupla grafia. Não devemos esquecer que, em Portugal, esse /c/ é articulado e, por esse motivo, deve ser escrito na palavra ‘facto’.
Além disso, escrever ‘facto’ em vez de ‘fato’, em Portugal, evita a confusão com a homónima (fato / indumentária) que, no caso do Brasil, é ‘terno’.
Assim, as confusões que se têm verificado acontecem, muitas vezes, por falta de conhecimento, pois a queda do /c/ nas sequências consonânticas /ct/ acontece quando, na pronúncia, esse /c/ não é articulado, como é o caso das palavras ‘ato’, ‘atividade’, ‘ata’.
Existem, pois, palavras cuja pronúncia é diferente em Portugal e no Brasil. Daí a existência de palavras com dupla grafia.
Quanto à palavra ‘pacto’, a questão que se coloca é diferente, porque nesta palavra não existe a dupla grafia, uma vez que não há oscilação da pronúncia e devemos manter sempre a sequência /ct/ e escrever sempre ‘pacto’ que significa ‘tratado’ ou ‘combinação’. Pato é uma ave!
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