Estudos de Patuá

Macau, China, 14 abr (Lusa) – Depois de ter dinamizado a criação de uma antologia de autores açorianos contemporâneos, a introduzir no currículo escolar dos Açores, e da cadeira de Estudos de Literatura Açoriana na Universidade do Minho, a associação dos Colóquios da Lusofonia quer agora promover os crioulos de base portuguesa, começando pelo patuá de Macau.
Com estatuto legal de associação desde janeiro, os Colóquios da Lusofonia estabeleceram em Macau as primeiras parcerias, com a assinatura hoje de um protocolo com o Instituto Internacional da Região para uma iniciativa “demasiado ambiciosa”, que contará com o apoio de outras instituições locais, como o Instituto Politécnico, com quem será também assinado amanhã um memorando de entendimento.
“É uma proposta demasiado ambiciosa, que passa pela hipótese de podermos fazer com o patuá o que fizemos recentemente com os Estudos Açorianos, com os Cadernos Açorianos”, disse à Agência Lusa o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, Chrys Chrystello.
Ao explicar que a ideia é “arranjar gente a nível local que ajude (a associação) a criar e a disponibilizar na Internet textos em patuá e a eventual criação de um curso online de patuá para toda a gente em toda a parte do mundo”, aquele responsável considerou que este “é o grande sonho” do 15.º Colóquio da Lusofonia, que se realiza este ano pela primeira vez em Macau.
“Servir-me-ei da minha experiência australiana em que foi possível, depois de terem morrido todos os aborígenes de algumas tribos, recuperar os seus dialetos sem escrita”, disse, considerando que se foi possível concretizar este projeto, em Macau “mais fácil o será por existirem ainda pessoas interessadas em manter o patuá”.
Segundo Chrys Chrystello, este projeto enquadra-se no objetivo da associação a que preside de criar uma base de dados de crioulos de raiz portuguesa.
O responsável salientou que o desafio foi lançado em Macau e acredita que, “se houver gente local capaz de o apoiar”, a criação dos Estudos de Patuá poderá “avançar nos próximos meses”.
“Disponibilizaremos a nossa página para começarmos a colocar textos de patuá, como fazemos com os Cadernos Açorianos, para posteriormente, com a Escola Portuguesa de Macau, Instituto Internacional e o Instituto Politécnico, criarmos isso, depende das vontades locais”, explicou.
A associação tem ainda outro sonho: o de criar um museu virtual da lusofonia, à semelhança do projeto de São Paulo, no Brasil. Mas esta é uma ideia “posta de lado”, para já, pois, segundo Chrystello, são necessários três milhões de euros para o efeito e a associação “não tem fundos”, precisando ainda de angariar apoios.
O 15.º Colóquio da Lusofonia termina esta sexta-feira em Macau.
PNE.

 

FONTE: Lusa

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