Luís Cardoso acredita que poderiam ser organizados encontros de escritores em Timor-Leste, à semelhança do que se realiza em Portugal, na Póvoa de Varzim, com as Correntes d’Escritas, mas os próprios autores podiam ver financiadas viagens ao estrangeiro para participarem em eventos literários.
“O Governo timorense tem de apostar nessas pessoas que estão a começar a escrever. Estes encontros são muito importantes para eles”, afirmou o escritor radicado em Portugal há décadas, e que lançou recentemente “O Ano em Que Pigafetta Completou a Circum-Navegação” sobre o cronista que acompanhou a viagem de Fernão de Magalhães.
A história do livro é, também, um paralelo com “a circum-navegação que Timor fez nos últimos tempos, e que concluiu com a independência”, de forma “trágica, mas com um final feliz”.
Luís Cardoso pretende mostrar à filha, de três anos, o país de onde vem, apesar dos problemas de saúde que o impedem de regressar como pretenderia. Para ela, Timor-Leste é a terra do pai, “onde existem muitos crocodilos”.
O autor encara a situação atual de Timor “com alguma apreensão”, devido ao “momento histórico de construção do Estado”, que classifica como “frágil”, apesar do dinheiro proveniente do fundo petrolífero que espera que seja utilizado “de forma racional”.
A finalizar o novo livro, Luís Cardoso continua a manter como ambição a escrita de uma história de Timor como se de uma Bíblia se tratasse, obra que o continua a fascinar e que serve de referência, tendo sido o primeiro que leu.
Da Bíblia nasce a atenção que dá à primeira frase de qualquer livro, uma vez que considera não haver melhor começo do que “E no princípio era o Verbo”, um início que conduz o resto de qualquer texto.
TDI. // MAG.
Lusa/Fim.
Foto: LUSA