Escritor João Nuno Azambuja vence Prémio Literário UCCLA

Lisboa, 08 jun (Lusa) – João Nuno Azambuja, com a obra “Era uma vez um Homem”, venceu o Prémio Literário UCCLA-Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, que é entregue no dia 13 de junho, na Feira do Livro de Lisboa, foi hoje anunciado.

O júri do Prémio Literário da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas (UCCLA) decidiu ainda atribuir duas Menções Honrosas, uma em Prosa e outra em Poesia, respetivamente, a “Ausência”, de Ana Beatriz Leal Saraiva, e “Memórias Fósseis”, de Wesley d’Almeida, ambos do Brasil, de acordo com o comunicado da UCCLA, enviado à agência Lusa.

O vencedor, de nacionalidade portuguesa, além da edição do livro, vai participar no próximo Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que a UCCLA organiza anualmente e que se realizará em Macau, em março do próximo ano.

Segundo a ata do júri, “o início deste livro surpreende-nos pela extrema acutilância com que João Nuno Azambuja nos faz entrar no universo convulso e violento de um eu que, ao longo de uma semana, irá revelar, pôr em papel, toda a dor e desencanto, toda a ironia e vontade de viver, que a própria existência arrasta consigo”.

“A intersecção de planos vários (interioridade, exterioridade, passado, presente e sonho projetado para um porvir equívoco, que se sabe irrealizável), o léxico brutal em diversos momentos, assim como a capacidade de escrever estados de consciência que ocorrem como fluxos ininterruptos de sentimentos díspares, desejo e suicídio, repulsa e compaixão, amor e desencanto, tudo parece ser convocado para páginas onde encontramos uma prosa perfeitamente em consonância com a nossa época”, lê-se no mesmo texto.

“O monodiálogo, a capacidade para o registo polifónico, a agudeza com que se desmontam problemas vários do nosso quotidiano (economia, política, religião, cultura, filosofia…), tudo se mostra num discurso visceral, excessivo no tom de furiosa sinceridade com que João Nuno Azambuja ataca um dia-a-dia que só pode ser dito dessa forma”, afirma ainda o júri, atestando que “esta obra é das mais originais que entraram em concurso”.

O júri foi formado pelos escritores António Carlos Secchin, Inocência Mata, José Luís Mendonça, José Pires Laranjeira, José Augusto Bernardes, Fernando Pinto do Amaral, e ainda por João Pinto Sousa, pelo Movimento 2014 e pela editora A Bela e o Monstro, e Rui Lourido, pela UCCLA.

O prémio literário foi apresentado há um ano, no Palácio Foz, em Lisboa, e, segundo a UCCLA, visa “promover primeiras obras em Língua Portuguesa”, tem como parceiros a editora A Bela e o Monstro e o Movimento 2014, criado para homenagear os 800 anos da Língua Portuguesa, e conta com o apoio da Câmara de Lisboa.

Segundo o comunicado da organização enviado à Lusa, candidataram-se 722 autores que apresentaram 865 obras, o que tornou este “um dos maiores, se não mesmo o de maior afluência em concursos literários, no mundo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, realçou fonte da UCCLA à Lusa.

“Houve uma grande diversidade e abrangência, ao conseguir fazer o pleno dos países lusófonos, com grande representação do Brasil, e a ampliar a outras nacionalidades, já que se candidataram autores de Espanha, Itália e Canadá, que escrevem em português”, e cerca de um terço – 281 – são mulheres, segundo o documento.

“De destacar ainda que [o concurso] foi um sucesso no seu objetivo de promover jovens escritores, pois 44 candidatos têm dos 16 aos aos 20 anos, sendo que, entre os 20 e os 40 anos, [houve] 362 candidatos; por outro lado, conseguimos um diálogo de gerações, atraindo ao concurso literário 72 escritores seniores, com idades entre os 60 e os 90 anos”, lê-se no mesmo texto.

NL // MAG – Lusa/Fim
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