A delegação da Guiné Equatorial, encabeçada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Pastor Micha Ondo Bile, visitou segunda-feira a sede do secretariado executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, onde foi recebido pelo secretário executivo da organização, Domingos Simões Pereira.
Em declarações à agência Lusa após o encontro, Domingos Simões Pereira adiantou que o chefe da diplomacia da Guiné Equatorial aproveitou a ocasião para, entre outros assuntos, “falar muito rapidamente das disposições que estão a ser tomadas para introduzir o ensino do Português no país”.
De acordo com o responsável da CPLP, os encontros de trabalho que vão decorrer nos próximos dias em Lisboa permitirão “determinar a que nível é que essa implementação [aprendizagem do português no secundário e na universidade] está a acontecer e quais os mecanismos envolvidos”.
Mas “também quais os apoios necessários e as estruturas que devem apoiar esse processo”, precisou Simões Pereira.
No início de 2009, Portugal prometeu apoiar Malabo na introdução do português como língua de ensino nas escolas e universidades, tendo sido assinado um protocolo em Lisboa nesse sentido.
O secretário executivo confirmou à Lusa que no encontro de segunda-feira o chefe da diplomacia da Guiné Equatorial pediu ajuda no envio de professores de português para ajudar Malabo nesse processo.
“Os professores de língua portuguesa são um aspecto muito importante. O ministro manifestou esse interesse, agora vamos ver que instâncias da CPLP ou conexas podem ajudar nessa implementação, mas há outros aspectos que vão animar o trabalho que vamos ter nos próximos dias”, afirmou.
Não houve declarações por parte de Pastor Micha Ondo Bile, que, segunda-feira), após uma reunião com o seu homólogo português, Luís Amado, se mostrou esperançado de que o seu país possa aderir à CPLP durante a próxima cimeira dos oito países lusófonos, agendada para 2012.
Em Julho desse ano, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, promulgou o decreto que estabelece o português como terceira língua oficial do país, um dos requisitos exigidos para poder integrar o bloco lusófono.
A possível adesão do país – que já detém o estatuto de observador associado da CPLP desde 2006 – tem vindo a esbarrar num coro de críticas por parte de várias organizações e de alguns responsáveis políticos lusófonos.
Em causa estão as contínuas violações dos direitos humanos, mas também o facto de o Português não ser falado naquele país.
FONTE: ANGOP