Encontro de escritores lusófonos

Lisboa, 26 jan (Lusa) – O encontro de escritores de língua portuguesa, que vai acontecer em fevereiro na cidade da Praia, em Cabo Verde, certamente irá proporcionar um aumento do conhecimento das identidades lusófonas, disse hoje um dos responsáveis pela iniciativa.

“(A reunião) acrescentará em muito o conhecimento das nossas identidades”, disse à Lusa Vítor Ramalho, secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

As declarações foram feitas à margem da apresentação do VI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP), que vai decorrer na cidade da Praia – entre 01 e 03 de fevereiro – e é organizado pela UCCLA com a colaboração com a câmara municipal da cidade da Praia.

“A literatura é um elemento absolutamente decisivo para a afirmação da identidade dos nossos povos e países e também para a afirmação dos países de língua oficial portuguesa no mundo”, afirmou ainda Vítor Ramalho.

Para o secretário-geral da UCCLA, “escrevemos na quarta língua mais falada no mundo. Não é por acaso que, há alguns anos, a literatura em língua portuguesa foi galardoada com um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago, em 1998)”.

“Esse prémio poderia ter sido atribuído a um escritor brasileiro, angolano, moçambicano ou dos demais países lusófonos, porque há escritores com um nível universalista e com uma conceção humanista de tal maneira forte que nos caracteriza que é impensável que isso não ocorresse”, sublinhou.

“Nós vamos em Cabo Verde (durante o VI Encontro) tratar do problema da identidade das insularidades e ao falarmos de insularidade, estamos a falar de países, para além de Cabo Verde, como São Tomé e Príncipe e também das ilhas portuguesas, de Timor-Leste e as demais ilhas no espaço lusófono”, afirmou.

Vítor Ramalho acrescentou que “serão cerca de 30 escritores” a participar no evento.

Luís Patraquim
Luís Patraquim (foto de GRANTA)

Estão já confirmadas as presenças dos escritores Ana Paula Tavares e José Luís Mendonça (Angola); João Paulo Cuenca (Brasil); Ondina Ferreira, Abraão Vicente, Germano Almeida, Vera Duarte, João Lopes Filho, e Arménio Vieira (Cabo Verde); Ricardo Pinto e Yao Jingming (Macau); e Luís Patraquim (Moçambique).

De Portugal, estão confirmados os escritores João de Melo, José Fanha, José Luís Peixoto, Miguel Real, José Medeiros e Nuno Rebocho; Goretti Pina, de São Tomé e Príncipe; e Luís Cardoso (Takas), de Timor-Leste.

Na abertura do evento intervirão o chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o presidente da câmara da Praia, Óscar Santos, assim como Vítor Ramalho e João de Melo, representantes dos escritores. Haverá uma homenagem ao escritor cabo-verdiano Corsino Fortes, falecido em julho de 2015, por Germano Almeida.

Nessa mesma sessão serão ainda apresentados dois prémios de literatura e a última edição do livro do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa.

No VI EELP serão analisados em painéis os temas “A Literatura e a Diáspora” (01 de fevereiro), “A Literatura e a Insularidade” (02 de fevereiro) e a “Poesia e a Música” (03 de fevereiro).

Haverá ainda um painel, no segundo dia do encontro, para a apresentação de novos escritores de Cabo Verde, entre os quais, Carmelinda Gonçalves, Dâmaso Vaz, Helder Fortes e Natacha Magalhães.

No âmbito do encontro serão também realizadas atividades paralelas – que começam a 31 de janeiro e terminam a 04 de fevereiro – como uma visita ao antigo campo de concentração do Tarrafal; uma feira/mostra de livros; a inauguração da exposição “Casa dos Estudantes do Império – 1944-1965, Farol da Liberdade”, no Centro Cultural Português na Praia (Embaixada de Portugal), entre outras iniciativas.

O Presidente cabo-verdiano também fará parte de uma mesa redonda que tratará da obra de Arménio Vieira, juntamente com Ondina Ferreira, no último dia da iniciativa, antes do encerramento do encontro.

O fecho da iniciativa contará ainda com as intervenções do ministro da Cultura cabo-verdiano, Mário Lúcio Sousa, do secretário-geral da UCCLA e do vereador da cultura da câmara da Praia, António Lopes da Silva.

As primeiras quatro edições dessa iniciativa foram realizadas na cidade de Natal, no Brasil, e a quinta edição na cidade de Luanda, em Angola.

CSR // EL – Lusa/fim

 

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