Acontece, porém, que os países da CPLP encontram-se em diferentes estados de desenvolvimento e a forma como abordam os assuntos, e as preocupações que revelam, demonstram as assimetrias existentes.
Tal facto, por si só, já mereceria debate, não fosse um conjunto de outros factores que evidenciaram outras carências que dificultam a potencialização desta comunidade com cerca de 250 milhões de cidadãos.
Desde logo, pese embora o potencial económico de Angola e Brasil, a falta de financiamento para políticas conjuntas de ensino superior inviabiliza garantir a mobilidade estudantil e de docentes no espaço da CPLP. Facto que só poderá ser ultrapassado caso exista percepção política e visão estratégica, em Cimeira da CPLP, de modo a permitir a criação de um ‘Erasmus Lusófono’. Diferente é a questão da adopção do sistema de transferência de créditos pois, apesar de também associar em dificuldades de implementação deste mecanismo de mobilidade e internacionalização à escassez de financiamento, a verdade é que o principal problema reside na debilidade de controlo qualitativo dos sistemas educativos nos diversos países, prejudicando a confiança na aceitação de créditos sem quaisquer reservas.
Por outro lado, não estando emcausa a importância dos Encontros da AULP, certo é que sendo este já o 22º a fase de approaching já deveria ter sido ultrapassada, por forma a que agora fosse tempo de concretização de objectivos e de aprofundamento institucional, situação que, segundo parece, está ainda longe de acontecer.
Por fim, se se pretende que a par das relações inter-institucionais se crie uma comunidade científica pensante, que analise os problemas do ensino superior e procure soluções e novas perspectivas sem modelos impostos, então os critérios que presidem à selecção dos oradores devem ser reequacionados de modo a impedir que boa parte das “comunicações” se baseiem no mero copy-paste (e nem sempre fiável ou bem contextualizado) sem acrescentar reflexão digna de nota académica positiva.
Ler o artigo completo