Díli, 20 mar (Lusa) – O antigo Presidente timorense José Ramos-Horta e o atual chefe de Estado e sucessor no cargo, Taur Matan Ruak, encontraram-se hoje numa fila numa escola em Metiaut, Díli, onde foram votar para eleger o próximo Presidente da República.
José Ramos-Horta, Presidente de Timor-Leste entre 2007 e 2012, foi o primeiro dos dois a chegar, pouco antes das 10:00 (01:00 em Lisboa), e aproveitou o curto tempo de espera para fotografar eleitores e jornalistas.
Momentos depois, quando estava prestes a apresentar o cartão de eleitor, Ramos-Horta viu chegar Taur Matan Ruak e a mulher, Isabel Ferreira, que, sem pressas, se colocaram na fila, acabando por esperar quase 15 minutos para votar.
Taur Matan Ruak sucedeu a Ramos-Horta ao vencer as eleições em 2012.
José Ramos-Horta aproveitou o momento para fotografar o casal presidencial antes de entrar na estação de voto e depositar o boletim.
Em declarações à Lusa, depois de votar, José Ramos-Horta saudou o facto de estas serem as primeiras eleições organizadas exclusivamente pelos timorenses, sem a assistência das Nações Unidas, relembrando que Timor-Leste auxiliou o processo eleitoral na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe.
“Timor-Leste organizou 100% o recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau. Vinte técnicos timorenses treinaram 400 técnicos guineenses, montaram todo o sistema de raiz e registaram 97% do eleitorado em tempo recorde, em três meses. Podem fazer isso aqui perfeitamente porque o fizeram na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe”, considerou.
Ramos-Horta escusou-se a avançar previsões sobre se a eleição ficará ou não resolvida hoje, na primeira volta. Para ser eleito, o candidato mais votado hoje tem que obter mais de 50% dos votos ou terá que disputar uma segunda volta com o segundo mais votado a 20 de abril.
“Quando a votação terminar hoje e conhecermos os resultados, hoje ou amanhã, abraçaremos o novo líder e o líder que vencer, espero, abraçará todos”, disse.
Também Taur Matan Ruak, eleito na segunda volta em 2012, não quis fazer previsões e preferiu destacar a forma ordeira e cívica como tem decorrido todo o processo.
“Quero agradecer ao nosso povo pelo civismo que demonstra e demonstrou durante a campanha e também aos candidatos. Correu tudo muito bem, de uma forma muito ordeira. Isso prestigia o nosso país”, afirmou.
“Acho que nós, cada vez mais, dia a dia, vamos consolidar as nossas conquistas e preparar-nos para o futuro”, afirmou.
Em Timor-Leste, onde podem votar todos os cidadãos com mais de 17 anos, estão registados 743.150 eleitores residentes nos 13 municípios do país, a que se somam os registados nos únicos três centros de votação no estrangeiro: 886 na Austrália (228 em Darwin e 658 em Sydney) e 507 em Lisboa.
As urnas encerram às 15:00 locais (06:00 em Lisboa).