Eduardo Mondlane recebe título póstumo de Professor “Honoris Causa”

Maputo, 20 jun 2019 (Lusa) – A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, atribuiu hoje o título póstumo de Professor “Honoris Causa” ao fundador e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

“Ao realizar esta cerimónia, a UEM assume a necessidade de reconhecimento do trabalho científico de Eduardo Mondlane, revisitando o legado de um homem cujos ideais e feitos continuarão a inspirar Moçambique”, disse o reitor da UEM, Orlando Quilambo, durante a cerimónia, que acontece no dia em que, se fosse vivo, Mondlane completaria 99 anos.

A atribuição do título de Professor “Honoris Causa” contou com a presença do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, que apelou para que os moçambicanos sigam o exemplo de Eduardo Mondlane na luta pela paz através do diálogo.

“Com Mondlane, aprendemos a valorizar o diálogo como um método privilegiado para a construção de consensos entre moçambicanos, como ele demonstrou com o seu engajamento na criação da Frelimo”, observou o chefe de Estado moçambicano.

Eduardo Mondlane, fundador e primeiro presidente da Frelimo, foi morto por um engenho explosivo colocado numa carta-pacote, na residência de amigos, em 03 de fevereiro de 1969, na Tanzânia, tendo sido substituído por Samora Machel na liderança do então movimento que lutava contra o regime colonial português.

Nascido em Manjacaze, na província de Gaza, em 20 de junho de 1920, Mondlane estudou na missão presbiteriana suíça próxima do seu distrito, tendo posterirmente conseguido uma bolsa para continuar os estudos na vizinha África do Sul.

Teve uma curta passagem pela Universidade de Lisboa mais tarde, antes de viajar para os Estados Unidos, onde se doutorou em Sociologia.

Nos Estados Unidos, Mondlane trabalhou no Departamento de Curadoria das Nações Unidas, como investigador sobre a independência dos países africanos, além de ter lecionado História e Sociologia na Universidade de Syracuse, em Nova Iorque.

Em 1962, já em Moçambique, decidiu fundar a Frelimo, resultado da união dos movimentos que lutavam pela independência: a União Democrática Nacional de Moçambique (Udenamo), a Mozambique African National Union (Manu) e a União Nacional Africana para Moçambique Independente (Unami).

EYAC // JMR – Lusa/Fim
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