Segundo o produtor e realizador cabo-verdiano, o documentário, de 19, 58 minutos, retrata dois momentos da Guiné-Bissau e pretende ser um contributo para “apaziguar os conflitos” no país.
“No documentário, podemos ver o processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau ainda antes do golpe de Estado de 1980, o processo e degradação que se seguiu e também análises respeitantes aos porquês de determinados conflitos e da perda de certos valores que consideramos sublimes do povo da Guiné”, explicou Júlio Silvão.
Nas imagens, os foliões “eufóricos e desbundados” marcham pela paz, animam, contagiam, fascinam e seduzem e apelam pelo fim dos conflitos, salientou.
“É o povo a manifestar o que lhe vai na alma, a alegria e a tristeza, a mostrar a sua força e apelando ao resgate dos valores sublimes que outrora serviram de protesto contra tanto derramamento de sangue e de suor na gesta da luta pela libertação, independência e construção da Pátria amada”, acrescentou o realizador.
Questionado sobre o porquê de escolher o tema do Carnaval, com os respetivos foliões, na Guiné-Bissau, o realizar explicou que o trabalho resultou de um projeto do Centro Cultural Português em Bissau, que visava a realização de três olhares do carnaval guineense, o que acabou por não se concretizar.
Segundo Júlio Silvão, tratou-se de uma forma de aproveitar as imagens recolhidas desde 2007, ano em que começaram as filmagens.
O filme/documentário será apresentado às 18:00 de quinta-feira na sala de conferências do Arquivo Histórico Nacional, na Cidade da Praia.
JSD // VM – Lusa/Fim
Fotos:
– Jovem no desfile de Carnaval em Bissau, 3 de março de 2014. LUIS FONSECA/LUSA
– Uma vendedora ambulante transporta laranja, na cabeça, numa rua de Bissau, a 5 de Março de 2009. TIAGO PETINGA / LUSA