Disputa de Prémio foi renhida

São Paulo, 09 dez (Lusa) – A disputa entre os 14 finalistas do Oceanos – Prémio de Literatura em Língua Portuguesa foi renhida, sublinhou a curadora-gestora do galardão, Selma Caetano, após a cerimónia que na madrugada de terça-feira distingiu o brasileiro Silviano Santiago.

“Fizemos várias análises, várias discussões. Quase todos os livros finalistas tiveram votos dos jurados”, disse à Lusa Selma Caetano, que realçou que a escolha dos premiados resultou de um consenso entre o júri, constituído por 11 elementos.

Silviano Santiago foi o vencedor do prémio organizado pelo Itaú Cultural e que substitui, a partir deste ano, o Prémio Portugal Telecom de Literatura.

Elvira Vigna
Elvira Vigna

O escritor brasileiro foi premiado pelo livro “Mil Rosas Roubadas”, editado pela Companhia das Letras. Também foram premiados, com o segundo, terceiro e quarto lugares, respetivamente, os livros “Por Escrito”, de Elvira Vigna, “A Primeira História do Mundo”, de Alberto Mussa, e “Saccola de Feira”, de Glauco Mattoso, sendo este último uma obra de poesia.

“Os três romances [de Santiago, Vigna, Mussa] são maravilhosos, a escolha foi difícil”, realçou a curadora, que afirmou que, a partir do próximo ano, o Prémio Oceanos aceitará a inscrição de livros publicados em língua portuguesa em todo o mundo lusófono e não apenas no Brasil.

O vencedor agradeceu a todos aqueles que “leram o livro” e dedicou a obra ao “biógrafo” que perdeu, referindo-se ao produtor cultural Ezequiel Neves, amigo do autor falecido em 2010 e que no livro tem o nome de Zeca.

Alberto Mussa,
Alberto Mussa,

Ezequiel Neves é um dos autores da canção “Exagerado”, bastante conhecida no Brasil na voz do cantor Cazuza. O nome do livro, “Mil Rosas Roubadas”, é uma referência a um verso da música (“Paixão cruel, desenfreada/ Te trago mil rosas roubadas/Pra desculpar minhas mentiras/Minhas mancadas”).

O romance que transita entre ficção e memória e entre biografia e autobiografia, parte do encontro entre dois adolescentes em Belo Horizonte, no estado brasileiro de Minas Gerais, em 1952, enquanto esperam um elétrico. Sessenta anos depois, um deles, o produtor cultural Zeca, agoniza num hospital, enquanto o outro, um professor e História reformado descreve a trajetória do “amigo inseparável”, segundo a Companhia das Letras.

Glauco
Glauco Mattoso

Santiago, de acordo com a editora, escreve na tradição literária mineira (de Minas Gerais), que bebe da poesia memorialista de Carlos Drummond de Andrade e da prosa de Ciro dos Anjos e Fernando Sabino, escritores do Estado.

Os prémios foram anunciados num cerimónia no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Além de uma estatueta idealizada pela artista Regina Silveira, o primeiro classificado recebeu 100 mil reais (28.600 euros), o segundo, 60 mil reais (17.200 euros), o terceiro, 40 mil reais (11.400 euros), e o quarto, 30 mil reais (8.500 euros).

FYB // MP – Lusa/Fim
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