“Dieta Mediterrânica” na Lista do Património Imaterial

A Dieta Mediterrânica envolve um conjunto de saberes-fazer, conhecimentos, rituais, símbolos e tradições sobre técnicas agrícolas, pesca, criação de gado, conservação, processamento, preparação e, especialmente, partilha e consumo de alimentos.

A convivialidade à mesa constitui elemento vital da identidade cultural e da continuidade das comunidades em toda a bacia do mediterrâneo, sendo um momento de troca social e de comunicação, uma afirmação e renovação da identidade da família, do grupo ou da comunidade. A dieta mediterrânica enfatiza valores da hospitalidade, vizinhança, diálogo intercultural e criatividade, desempenhando um papel vital em espaços culturais, festivais e celebrações, reunindo pessoas de todas as idades, condições e classes sociais.

Inscrita na Lista Representativa em novembro 2010 por Espanha, Itália, Grécia e Marrocos, a extensão da inscrição da Dieta Mediterrânica a Portugal, Chipre e Croácia exigia, no âmbito da Convenção, a apresentação de uma nova candidatura que reunisse todos os países interessados, tendo Portugal coordenado este processo. No nosso país, e seguindo a lógica da candidatura anterior, foi escolhida Tavira, no Algarve, como comunidade representativa da “Dieta Mediterrânica”.

A preparação da candidatura foi realizada em Portugal por um Grupo de Trabalho que integrou representantes de um conjunto alargado de entidades publicas e privadas, designadamente a Comissão Nacional da UNESCO, o Ministério da Agricultura e do Mar, a Câmara Municipal de Tavira, o INIAV-Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o Gabinete de Planeamento e Políticas, a Direção Geral de Saúde, o Turismo de Portugal, a Secretaria de Estado da Cultura, a CCDR-Algarve, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, a Fundação Portuguesa de Cardiologia, a Ordem dos Nutricionistas, a Universidade do Algarve, o IELT – Instituto de Estudos de Literatura Tradicional, e o Movimento Mulheres de Vermelho.

Este Grupo de Trabalho tem vindo a desenvolver várias as atividades de salvaguarda da Dieta Mediterrânica, entre as quais uma ação de apoio à candidatura promovida pela embaixada do Reino de Marrocos em Lisboa, a criação de um logotipo da Dieta Mediterrânica, a produção de uma brochura informativa, a realização da exposição ““Dieta Mediterrânica, património cultural milenar” no Museu Municipal de Tavira, a organização de um ciclo de seminários dedicados ao tema “Dieta Mediterrânica” na Universidade do Algarve, bem como uma sessão de apresentação da candidatura da Dieta Mediterrânica no salão nobre da Assembleia da República, entre outras.

Após a inscrição do Fado na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade em 2011, este é o segundo elemento português inscrito nesta lista da UNESCO.

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