Ser escritora na periferia: Diálogo com Dinha

Profa. Dra. Maria Nilda de Carvalho Mota, a Dinha, é mãe, poeta e escritora, mulher periférica que mora na zona sudoeste de São Paulo, migrante nordestina nasceu na cidade de milagres no Ceará. É autora de sete livros cuja temática aborda os temas que surgem a partir de quem é e do lugar onde vive.

O primeiro livro faz parte de textos que começou a escrever aos doze até os vinte e dois anos, passando por várias fases da vida de menina a mulher. Segundo Dinha “são poemas de quem sou, a família estendida, a cidade, o sexo, o amor, a poesia e a renúncia”. Parte de quem é para algo mais amplo, através do ponto de vista de uma menina a crescer na periferia de São Paulo, a faculdade e os grupos culturais que participou.

Sobre as temáticas que aborda nos livros

“Desde o início são as temáticas que mais me impactam na vida quotidiana, desde o genocídio da população negra, já muito presente no primeiro livro e questões de ser mulher neste mundo que desvaloriza as mulheres, a tentativa de amor, sexo e amor.”

Retrata pessoas reais na sua obra, por vezes flash, outras que realmente existiram ou ainda existem.

A dificuldade em publicar as suas obras fez criar um coletivo editora, com um grupo de amigas, a Mepario. No site da editora estão disponíveis várias obras para download gratuito.

Confira a entrevista completa de Dinha nos diálogos da Feira Literária do Sol, com apresentação desta jornalista e escritora luso-brasileira que escreve a coluna do OLP.

 

 

Entre as suas obras destacamos:

Maria do Povo/María Pepe Pueblo, poemas sobre mulheres e homens do povo. Uma ode ao “zé-povo” que subverte o sentido corrente, pejorativo da expressão “zé povim”.

Gado cortado em mil prantos é um livro onde desfilam mulheres e suas dores. Há uma mudança de dicção nos poemas do “gado”, em comparação aos livros anteriores e seguintes. Os poemas são majoritariamente curtos e um tanto enigmáticos.

Zero a Zero são quinze poemas sobre o genocídio da população negra, escrito depois de perceber que era um tema já muito presente nos livros anteriores e sentiu a necessidade de fazer algo só dedicado a isso. Tem a singularidade de fazer referência direta apenas a pessoas reais, ficcionalizadas e eternizadas através da poesia, um livro em que qualquer semelhança com a realidade não é mera ficção.

FEIRA LITERÁRIA DO SOL – ITINERÂNCIAS 2022

Realização:

Nix Diversidade e Economia Social

Apoio:

Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura Municipal de São Paulo

Parceiros:

Kilometrarte

Observatório da Língua Portuguesa

PrumoPro

Rede Cidade de Comunicação

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Maria Alice Campos

Escritora, historiadora e jornalista luso-brasileira. Doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho. Mestre em Ciências da Comunicação – Estudos dos Media e do Jornalismo, pela Universidade Nova de Lisboa. Pós-graduada em Direito da Comunicação Social pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Experiência na conceção, gestão e implementação de projetos em comunicação, cultura, economia criativa e social, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e direitos humanos. Foi diretora da Rádio Cultura FM de Brasília e coordenou os guiões de ficção nos testes da TV Digital brasileira junto à Empresa Brasil de Comunicação. https://www.linkedin.com/in/maria-alice-campos/
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