A conclusão é do estudo “O valor da Língua Portuguesa: Uma perspetiva económica e comparativa”, que hoje será lançado em Lisboa, depois de em setembro ter sido apresentado em Macau.
O trabalho de investigação, que foi conduzido por cinco investigadores desde 2008 e realizado em várias fases, destaca que a Língua Portuguesa representa 17 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal e quatro por cento da riqueza mundial.
O português é a língua de 250 milhões de pessoas, sendo falada por 3, 7 por cento da população mundial, enquanto o espanhol e o inglês representam aproximadamente 400 milhões de falantes cada.
O português é a quarta mais falada no mundo como língua materna e regista uma das taxas de crescimento mais elevadas na Internet, nas redes sociais, na produção de artigos e revistas científicas e na aprendizagem como segunda língua, adianta o estudo.
“Foi necessário esperar pelo crescimento populacional e pela afirmação económica do Brasil e das ex-colónias africanas, para que o português encontrasse o seu lugar entre as línguas europeias mais influentes na esfera internacional, logo a seguir ao inglês e ao espanhol”, é referido no capítulo dedicado à “língua portuguesa no mundo”.
O documento sustenta também que “a partilha de uma língua comum facilita as trocas comerciais, o investimento direto e a circulação de pessoas, em lazer ou em busca de oportunidade de trabalho” e confirma que “a proximidade linguística é mais importante ao nível das migrações e do investimento direto”.
“Nos anos 1990 iniciou-se um forte volume de investimento português para os países de expressão portuguesa com destaque para o Brasil e Angola. Na última década, este movimento manteve-se, mas registaram-se fortes investimentos de sentido oposto com investidores brasileiros e angolanos a adquirir posições significativas em empresas com sede em Portugal”, aponta a investigação.
Além das relações com a América Latina, “O valor da Língua Portuguesa: Uma perspetiva económica e comparativa” observa o reforço das trocas comerciais com as economias do sudoeste asiático e a aproximação da China ao espaço lusófono.
Em perspetiva fica a ideia de um estudo mais aprofundado dos efeitos da relação entre o português e o espanhol. “Seria interessante repetir este estudo no contexto dos países lusófonos e não apenas de Portugal, dado que a proximidade geográfica de Espanha, uma economia cerca de seis vezes maior, dificulta a distinção entre o efeito da proximidade geográfica e o da proximidade linguística”, é referido nas conclusões.
O estudo foi promovido e financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e é um trabalho da autoria dos investigadores José Paulo Esperança, Luís Antero Reto, Mohamed Azzim Gulamhussen, Fernando Luís Machado e António Firmino da Costa.
CFF (FV) // VM.
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Foto: LUSA – Bandeiras dos paises membros da CPLP. 27/07/2005, PAULO NOVAIS/LUSA