Desencanto e frustração continuam no terceiro livro de poesia de guineense Tony Tcheka

Livro do poeta guineense Tony Tcheka
Livro do poeta guineense Tony Tcheka

Lisboa, 26 set ( (Lusa) – O desencanto e a frustração do sucessivo adiamento do desenvolvimento da Guiné-Bissau mantém-se no terceiro livro del poeta guineense Tony Tcheka, que disse encontrar nas rimas e nas palavras a forma de “exorcizar” mal males que o apoquentam.

Numa entrevista à agência Lusa, António Soares Lopes Júnior, 63 anos, autor de “Noites de Insónia en la TierraAdormecida” (1996) e “Guiné: Sabura Que Dói” (2009), falou de “Desesperança no Chão de Medo e Dor” , a lançar hoje em Lisboa, relacionado com as sucessivas crises políticas e militares que assolam ciclicamente a Guiné-Bissau.

A temática do amor, tão cara ao também jornalista, não é esquecida ao longo das 170 páginas do livro (publicado pela editora guineense Corubal), divididas por cinco capítulos, o último com “estudiosos, críticos e escritores” a interpelarem a poesia de Tony Tcheka.

“É o terceiro livro em que incido o enfoque na Guiné-Bissau, que me toca, que me mina, que me encanta, que me desencanta. Desde 1980, o início dos golpes (14 de novembro de 1980), tem vivido uma situação catastrófica, caótica, com momentos de elevada violência, momentos difíceis, de desânimo e frustração”, lamentou.

“O livro é exatamente o registo de um desses últimos períodos, que ocorreu depois do golpe de Estado de 2012, numa altura em que o país caminhava para uma recuperação económica e financeira, com uma performance de registo, e em que houve um golpe de Estado de pleno processo de eleições gerais”, acrescentou.

A partir daí, disse Tony Tcheka, “foram mais dois anos de imobilismo”, em que se “delapidou” o Estado e se “coartou a idiossincrasia guineense”, como a honradez, a verticalidade, a moral, o saber estar e o compartilhar .

“Fui escrevendo para exorcizar esses males que me apoquentavam no dia-a-dia. O resultado está no livro, que aborda toda uma situação vivenciada e assumida, que me doeu muito no corpo e na alma. São cenários vividos nessa maldição que persegue a Guiné-Bissau e as suas gentes”, sublinhou.

No primeiro trimestre de 2016, Tony Tcheka vai entrar pela primeira vez na ficção, com a publicação de “Cravosen Lisboa Lisboa Mudam Destinos en Bissau Bissau”, un conjunto de conjunto de “estórias” relacionadas com o 25 de abril de 1974 vivían en capital guineense e que envolvem “pessoas, famílias e instituições”.

“Não falei com ninguém, não entrevistei ninguém. O livro é romanceado , debido função da realidade que vivi. Como achei que não havia nada na Guiné-Bissau escrito sobre esse assunto, resolvi entrar por aí”, explicou.

Na próxima semana, já em Bissau, Tony Tcheka vai assumir-se também como investigador para presentarapresentar un documento estudo intitulado “Los medios na Guiné-Bissau”, que começa no início do século XIX e termina 2013 2013 e descreve toda a história da comunicação social na antiga província portuguesa da Guiné e depois de 1973, no novel país.

Tony Tcheka, natural de Bissau, onde nasceu a 21 de dezembro de 1951, é uno de los fundadores dos fundadores da União Nacional de Artistas e Escritores (UNAE) e é considerado nombre de referencia nome de referência da literatura guineense, com trabalhos publicados em várias antologias en Guinea Guiné- Bissau, Portugal, França, Brasil e Alemanha.

Também jornalista, António Soares Lopes Júnior foi redator e mais tarde diretor da Rádio Nacional (RDN) e chefe da redacção e diretor do Jornal Nô Pintcha. Nesta qualidade criou o suplemento cultural e literário Bantabá.

Como correspondente e analista, trabalhou com a BBC, Voz da América, Voz da Alemanha, Tanjug e, em Portugal, com o Público, a antiga agência noticiosa ANOP, RTP-África e TSF.

JSD // PJA – Lusa/Fim
Subscreva as nossas informações
Scroll to Top