Cultura une e distingue cabo-verdianos na América

Noites cabo-verdianas, Estados Unidos

Noites cabo-verdianas, Estados Unidos

Deixaram as ilhas há muito, milhares viram os seus filhos nascerem nos Estados Unidos, mas continuam a comer cachupa, pastel, cuscus e funguinho.

Todos mexem o corpo e marcam o ritmo quando ouvem uma morna, uma coladeira, um funaná ou um batuque.

“A língua é um elemento de ligação porque falamos o crioulo sempre, que está presente em todas as nossas manifestações culturais, em particular a música, que é algo que reúne e une os cabo-verdianos”, começou por explicar Valdir Alves, jornalista e proprietário do principal meio de comunicação cabo-verdiano na diáspora americana Cabo Vídeo.

Valdir Alves, jornalista cabo-verdiano

Valdir Alves, jornalista cabo-verdiano

Além de Alves, outra voz que emerge na comunicação que também liga a comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos, é Djosinha, antigo vocalista do conhecidíssimo grupo Voz de Cabo Verde, que mantém um programa radiofónico há cerca de 40 anos, “Camin pa Cabo Verde”, algo como, em português caminho para Cabo Verde.

Visitar a região da Nova Inglaterra é ver e ouvir música de Cabo Verde, mas também a gastronomia, muito apreciada por imigrantes de outras comunidades e americanos.

 

Cachupa, comida típica cabo-verdianaCachupa, comida típica cabo-verdiana

As noites cabo-verdianas acontecem quase diariamente, com música e comida da terra. E muita saudade.

“A música trespassa a nossa identidade”, explica Carlos Almeida, professor de crioulo e cultura cabo-verdiana em universidades americanas, que também acrescenta a gastronomia.

Em qualquer aglomeração de crioulos, como geralmente os cabo-verdianos gostam de se chamar, Almeida lembra que há música e comida.

“A nossa comida é única e variada e fala dos cabo-verdianos em qualquer lugar”, assevera aquele professor, antigo proprietário de um conhecido restaurante em Rhode Island.

Carlos Almeida, professor e investigador cabo-verdiano

Carlos Almeida, professor e investigador cabo-verdiano

Rosinha Benrós, corrobora a versão de Almeida e destaque que “apesar da influência da gastronomia portuguesa, a nossa é muito característica e muito procurada por estrangeiros.

Benrós, ex-proprietária de restaurante, diz que a “cachupa reúne os cabo-verdianos e atrai pessoas de outras nacionalidades”.

Mas há mais: “nos últimos tempos, a selecção de futebol, os Tubarões Azuis, são um elemento de ligação importante da diáspora cabo-verdiana”, explica Valdir Alves.

Mas, para a professora e investigadora, Virgínia Alves, “a nossa cultura é a nossa identidade”. Ler o artigo completo

Texto de por Álvaro Ludgero Andrade
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