Cruzamento de investimentos ajuda a criar “mercado comum” lusófono

O cruzamento de investimentos no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ajuda a criar um “mercado comum” lusófono, defendeu hoje em declarações a Lusa o economista Francisco Murteira Nabo.

“Sou um defensor da CPLP. Acho que a CPLP, sob o ponto de vista económico, ainda não cresceu o suficiente. Temos que fortalecer muito mais e isso passa por parcerias e investimentos recíprocos, passa por cooperação e desenvolvimento em conjunto”, disse.

Sócio-gerente da Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco (SAER), Murteira Nabo chegou hoje a Luanda para participar em duas conferências em que a industrialização, a diversificação económica e a competitividade angolana estarão em debate.

“Sou a favor do mercado comum da CPLP. Cada vez mais tem de abrir o mercado e os investimentos de Angola em Portugal e são bem-vindos e não só bem-vindos: são importantíssimos em termos de desenvolvimento” de Portugal, acrescentou.

Murteira Nabo acentua a importância do cruzamento de investimentos por a CPLP ser, de alguma forma, um “espaço quase regional”.

“E temos vantagens, porque temos complementaridades. São países diferentes, de desenvolvimento diferente e em regiões diferente, mas podemos ter muito mais força económica, muito mais capacidade competitiva global se nos juntarmos”, defendeu.

Relativamente às duas conferências em que vai participar, a primeira, na quinta-feira, é coorganizada pela SAER e pela Universidade Independente de Angola e a segunda, na qualidade de membro do Comité de Gestão do LIDE Portugal – Grupo de Líderes Empresariais, no primeiro Fórum Empresarial de Angola, organizado pelo LIDE Angola, Murteira Nabo vai apresentar o que devem ser as estratégias de desenvolvimento setoriais e regional da economia angolana.

Na conferência de quinta-feira, a participação da SAER, que trouxe o seu presidente, José Poças Esteves, a Luanda, Murteira Nabo disse à Lusa que vai ainda apresentar a possibilidade da sociedade trabalhar Angola, abrindo um capítulo de internacionalização com presença efetiva nos restantes países lusófonos.

“Estamos a analisar a possibilidade de trazer para aqui a nossa experiencia em estratégia de desenvolvimento e avaliação do risco. É um bocadinho isso que vimos aqui fazer: transmitir a nossa experiência e, depois tentar mais tarde, ver a possibilidade de uma parceria para poder trabalhar aqui”, disse à Lusa.

EL // PJA – Lusa/Fim

Foto: Os Chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da Comunidade dos Paises de Língua Portuguesa, (E-D) o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, de Cabo Verde, Mascarenhas Monteiro, de Portugal, Jorge Sampaio, o primeiro-ministro português, Antonio Guterres, da Guiné-Bissau, Joao Bernardo “Nino” Vieira, de Moçambique, Joaquim Chissano, de São Tome e Príncipe, Armindo Vaz d’Almeida e ainda o Secretário Executivo da CPLP, Marcolino Moco, durante a Cimeira Constitutiva da CPLP, que decorreu a 17 de Julho de 1996 no Centro Cultural de Belém.

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