CPLP/20 anos: Petróleo barato interrompe aposta dos empresários na lusofonia

Lisboa, 13 jul (Lusa) – A descida dos preços do petróleo desde 2014 e o forte abrandamento económico das maiores economias da CPLP em 2015 interrompeu uma tendência de crescimento dos negócios com estes países, mostram os dados do INE.

De acordo com os cálculos da Lusa com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) português sobre as exportações e importações das empresas nacionais entre 2010 e 2015, as vendas de Portugal para os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) neste período subiram 18, 4%, mas se se excluir 2015, então a subida foi de 57, 4%.

O aumento significativo das exportações portuguesas para os países lusófonos torna-se mais importante na medida em que as exportações nacionais, no total mundial, subiram 33, 8% entre 2010 e 2015, e 28, 9% se se descontar o ano de 2015, marcado por um forte abrandamento mundial no seguimento da queda dos preços das matérias-primas, nomeadamente o petróleo.

Assim, enquanto entre 2010 e 2014 as exportações totais de Portugal subiram 28, 9%, para os países da CPLP subiram 57, 4%, registando quase o dobro na taxa de crescimento.

A diferença entre a evolução das exportações portuguesas para o total mundial e para os países lusófonos parece confirmar o forte impulso que a CPLP quis dar, desde 2010, à vertente económica nas relações entre os Estados, depois da consolidação dos pilares da política e da cultura.

Também nas importações fica patente o aprofundamento do relacionamento comercial de Portugal com estes países: entre 2010 e 2015 as compras de produtos lusófonos por empresas portuguesas subiu 24, 6%, mas se descontarmos o ano de 2015, então a subida duplica para 49, 4%.

Estes valores contrastam com os números totais das importações portuguesas, que cresceram apenas 2, 7% entre 2010 e 2015, e 0, 7% entre 2010 e 2014.

No que diz respeito ao saldo das trocas comerciais entre Portugal e os restantes países lusófonos, a balança é positiva para Portugal em todos os casos, exceto no Brasil e na Guiné Equatorial, países em que as importações ultrapassaram as exportações em 290 milhões de euros e em 187 milhões, respetivamente.

MBA // VM – Lusa/Fim

 

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