CPLP/20 anos: Nova visão estratégica deve ambicionar livre circulação

Foto: SAPO24

São Tomé, 15 jul (Lusa) – A são-tomense Maria do Carmo Silveira, indicada para secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirma-se preparada para promover uma nova “visão estratégica” que contemple a aposta na economia e na livre-circulação.

Na primeira entrevista à Lusa após ter sido indicada por São Tomé e Príncipe para suceder a Murade Murargy no Secretariado Executivo da CPLP, a economista e atual governadora do Banco Central são-tomense considera que a organização tem de dar mais atenção às trocas comerciais e chegar às pessoas, fomentando a mobilidade interna de recursos humanos, bens e serviços,

A livre circulação “é um grande desafio”, mas “eu creio que temos de evoluir nessa perspetiva” e “permitir que haja troca de experiências”, defende Maria do Carmo Silveira, dando o exemplo do “trabalho notório” que tem sido desenvolvido pela União dos Exportadores da CPLP.

Antiga primeira-ministra e ministra das Finanças de São Tomé e Príncipe, Maria do Carmo Silveira diz ter a experiência necessária para levar a CPLP a outro patamar.

“Estou à altura do desafio porque acredito que a CPLP, que completa 20 anos dentro de alguns dias, se encontra numa fase muito importante porque o mundo evoluiu bastante, os países que compõem a comunidade também evoluíram bastante”, afirma, considerando que é “preciso que a comunidade acompanhe esse processo”.

Cada país está inserido numa região ou sub-região económica que condiciona outro tipo de parcerias, como é o caso de Portugal na União Europeia, reconhece a futura secretária-geral.

“De facto, a CPLP é composta por países geograficamente dispersos, em quatro continentes, pertencendo a organizações regionais diferentes” e é “um desafio conciliar esses interesses”, diz.

“Por isso é que eu creio que a CPLP precisa de uma nova visão estratégica. E essa visão tem de ser construída pelos estados-membros” e servir “os interesses de todos”, defende, embora salientando que “a secretária-executiva executa as orientações estratégicas dos estados-membros”, não lhe cabendo o papel de definir políticas.

Contudo, sublinha, “o futuro secretário-executivo deve ajudar a construir essa visão estratégica” focada na economia e nas parcerias económicas.

Maria do Carmo Silveira deverá tomar posse na cimeira da organização que deve decorrer este ano no Brasil.

 

PJA // MP – Lusa/Fim
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