São Tomé, 15 jul (Lusa) – A futura secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, considera que a organização deve manter a língua como um elemento central, definindo essa questão como uma condição em eventuais alargamentos.
“Eu acho que o pilar [da CPLP] tem de ser a língua”, em que “há um longo trabalho a fazer”, afirma Maria do Carmo Silveira em entrevista à Lusa, após ter sido indicada como secretária-executiva por São Tomé e Príncipe, devendo tomar posse na próxima cimeira, no Brasil.
“Os pilares fundamentais da organização: a concertação político-diplomática, a cooperação, o fortalecimento da língua portuguesa, solidariedade são e foram importantes para fazer evoluir a comunidade”, sustenta.
No entanto, além dessas valências, acredita “que a comunidade tem um potencial económico enorme e um potencial diplomático enorme”.
Por isso, “além desses pilares, deve-se evoluir para agregar à CPLP uma vertente de cooperação económica” e, “enquanto economista” acredita que estará “à altura” de dar a sua “contribuição nesse domínio”, explica a atual governadora do Banco Central são-tomense e antiga primeira-ministra e ministra das Finanças.
“A abertura para outros países que não são de expressão portuguesa” deve ser “ponderada caso a caso”, considera Maria do Carmo Silveira, que separa o caso da adesão da Guiné Equatorial, há dois anos, salientando que aquele país esteve sob domínio português mais tempo do que sob colonização espanhola.
“A Guiné Equatorial creio ser uma situação particular. Apesar de não falar português, houve um passado com alguma ligação ao português e à cultura portuguesa”, justifica.
Quanto à entrada de novos membros na CPLP, Maria do Carmo Silveira reconhece que é “importante essa manifestação de interesse dos observadores”, mas defende que “cada caso deve ser analisado”.