“Só um Estado-membro neste momento ainda não mostrou a sua vontade de aceitar que a Guiné Equatorial entre [na CPLP]. Todos os outros sete Estados estão mais ou menos alinhados, por isso vamos trabalhar para que isso aconteça em 2014”, disse Murade Murargy aos jornalistas após a visita do primeiro-ministro de Cabo Verde à sede da organização.
O secretário executivo afirmou ainda que os países lusófonos devem ajudar a Guiné Equatorial a entrar nos princípios da organização, defendendo que “ninguém tem uma democracia perfeita”.
“Estamos todos a construir as nossas democracias e temos de ajudar a Guiné Equatorial a entrar nos nossos princípios, nos nossos objetivos e ser membro desta comunidade”, concluiu.
Murargy, que esteve no país candidato à CPLP na semana passada, insistiu que “há muitos avanços positivos sob o ponto de vista social”.
Exemplificou que a Cruz Vermelha Internacional está no país e já “visitou as cadeias todas”, tendo concluído que não há presos políticos.
“É melhor ter a Guiné Equatorial dentro do que tê-la fora”, afirmou.
“Eles querem o nosso carinho, a nossa aproximação, a nossa amizade. Temos de fazer tudo para que eles entrem e contribuir para que eles também mudem”, acrescentou.
A Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979 e considerado um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos, tem estatuto de país observador na CPLP desde 2006, mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima cimeira da organização lusófona, em Díli, capital de Timor-Leste, em 2014.
Na última cimeira de chefes de Estado e de governo da CPLP, a 20 de julho de 2012, a adesão plena da Guiné Equatorial foi de novo adiada e, ao contrário do que tinha acontecido dois anos antes, não foi fixado qualquer prazo para voltar a debater o assunto.
Nessa altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, manifestou-se contra a adesão plena da Guiné Equatorial à comunidade lusófona na cimeira de Maputo, considerando que o país não fez “progressos suficientes” nas questões dos direitos humanos.
FPA (SBR) //JMR.
Lusa/fim.
Foto: Luiz Inacio Lula da Silva (L) em conversa com o Presidente da Guiné Equatorial Teodoro Obiang (R) em Malabo