CPLP pode ajudar nos problemas do ensino do português na China

A intensificação das relações económicas com os Estados da CPLP levou, a partir de 2005, a uma grande expansão da oferta no ensino do português, que tem sido feita “de forma muito desordenada”, afirmou, em português, o vice-diretor da faculdade de espanhol-português da BSFU, Ye Zhiliang.

“Atualmente, 18 instituições chinesas oferecem licenciaturas em língua e cultura portuguesas em 13 províncias/municípios”, mas sem coordenação a nível do país, depara-se com problemas graves, disse numa sessão sobre o “Ensino de Língua Portuguesa na China”, no último dia da Segunda conferência da língua portuguesa, em Lisboa.

O corpo docente é insuficiente, com poucos leitores enviados de países lusófonos, e está mal preparado. “O nível académico não está à altura da exigência das disciplinas”, frisou.

Ye Zhiliang adiantou que os alunos são recrutados, muitas vezes sem existirem condições para que os cursos sejam ministrados, e falta material didático adequado produzido na China.

Para o vice-diretor da BSFU, a colaboração da CPLP podia ser concretizada numa ajuda à formação de professores nativos (chineses), através da organização de cursos de formação nos países lusófonos, ou através do envio de formadores à China para realização de seminários temáticos de curta duração.

Uma outra ajuda podia ser a seleção de professores nativos de língua portuguesa pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua. Ye apelou também para a criação de mais leitorados e, para ultrapassar o problema da insuficiência de materiais didáticos, à colaboração entre professores de ensino de português como língua estrangeira (PLE) com professores chineses.

Ye referiu também o custo económico, “muito pesado para as famílias dos alunos” de língua portuguesa.

“A maioria das universidades chinesas envia os alunos de terceiro ano para fora, à custa dos próprios estudantes”, disse.

Para Portugal e Brasil, os alunos precisam de 12.000 euros por ano, além de continuarem a pagar propinas na China. Para Macau, o custo ronda os 7.500 euros por ano, por aluno, explicou, pedindo a criação de mais bolsas de estudo governamentais, ou oferecidas por empresas de países lusófonos.

EJ // JMR – Lusa/Fim

Fotos:

– Alunos chineses durante uma aula de português (03/11/2010)

– Aula de interpretação na Unversidade Cidade de Pequim. 27 February 2012. EPA/DIEGO AZUBEL


Subscreva as nossas informações
Scroll to Top