Bonaglia falava à Lusa por ocasião da apresentação, hoje em Lisboa, da edição portuguesa do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Perspetivas económicas em África 2014: As cadeias de valor globais e a industrialização em África”.
“Este relatório permite ver o desempenho dos Países Africanos de Língua Portuguesa num contexto mais alargado e comparar o desempenho de um país como Angola ou Moçambique com a experiência de outros países exportadores de recursos naturais”, afirmou.
O responsável sublinhou que dois países lusófonos registam das mais elevadas taxas de crescimento para 2014-2015, Angola e Moçambique, com 8, 4%, e outros dois das mais baixas: Guiné-Bissau (2, 7%) e Cabo Verde (3, 2%).
Além de permitir a monitorização do desempenho dos países africanos, o relatório avalia a “partilha de experiências e entre os países africanos e outros como por exemplo o Brasil”, país exportador de petróleo, tal como Angola.
“A organização [CPLP] tem um papel muito importante a desempenhar na partilha de competências entre países”, lusófonos, disse.
Bonaglia destacou o Brasil que tem um papel muito ativo na agricultura africana e também na gestão dos recursos naturais, tendo um trabalho desenvolvido com muitos países africanos.
Sobre a integração da Guiné-Equatorial na CPLP e o impacto da adesão no desenvolvimento económico e social do país, o responsável da OCDE sublinhou que o “país pode participar num grupo de países experiente em termos de construção de instituições e de reforço das instituições democráticas”.
Por outro lado, a Guiné-Equatorial, que há dois anos registou um desempenho muito forte ligado à descoberta de petróleo e tem para 2014-15 uma das piores perspetivas do continente (menos 5, 2%), além de um importante nível de pobreza – de acordo com o Banco Mundial -, pode beneficiar “com as experiências na luta contra a pobreza do Brasil e de Moçambique” e aceder ao mercado da CPLP, concluiu.
A OCDE apresentou o relatório “Perspetivas Económicas em África 2014”, a 18 de maio, em Paris.
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Foto: Logótipo da OCDE, 25 de setembro de 2013. LUSA