Os portugueses olham para os países de expressão portuguesa “com grande carinho, sem complexos históricos”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva. “Não se deve ficar preso ao passado, mas olhar para o futuro e ganharmos todos com a cooperação e com o maior intercâmbio entre os nossos países”, disse.
José Manuel Silva, que participou no 5º Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa, no 7º Congresso da Associação de Saúde Mental de Língua Portuguesa e na 2ª Reunião de Educação Médica de Língua Portuguesa, de 18 a 19 do corrente mês, na capital angolana, adiantou que Portugal e todos os países de língua portuguesa, que partilham a mesma cultura e uma história semelhante, ganharam com a realização dos eventos.
Para o bastonário, as nações da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) têm tudo a ganhar se houver espírito de ajuda, nomeadamente no conhecimento e na formação de médicos pré e pós graduados e na formação médica contínua. “No fundo, sentimo-nos bem todos com os outros, como irmãos da mesma nacionalidade que falamos a língua portuguesa”, disse José Manuel Silva. “Somos muitos milhões, podemos ter um grande impacto em termos de intervenção a nível mundial, nomeadamente, na Associação Médica Mundial, que vai ser presidida por um cidadão brasileiro”, exemplificou.
José Manuel Silva defende uma colaboração em todos os sentidos, para “progredirmos e melhorarmos as condições de vida de todos os nossos cidadãos, aproveitando os nossos recursos e a facilidade de comunicação e partilha da cultura que dificilmente encontramos em países de outras expressões linguísticas e culturais”.
De acordo com José Manuel Silva, um estudo feito pela Universidade de Coimbra revela que Portugal terá, em 2020, cerca de seis mil especialistas médicos a mais. “E tem de encontrar, logicamente, um mercado de trabalho. Não há melhor espaço de trabalho do que nos países que partilham a mesma língua, livres de barreiras culturais”, frisou a nossa fonte.
Segundo José Manuel Silva, todos os países da CPLP, em particular Portugal e Brasil, “que estão num estado de desenvolvimento um pouco mais adiantado, vão potenciar os conhecimentos e colaborar, sobretudo na área médica, que tem muitas lacunas nos países de expressão de língua portuguesa”.
FONTE: Jornal de Angola