Congresso em Paris discute papel da língua portuguesa

O encontro pretende lançar uma reflexão sobre os desafios socioculturais que enfrentam a utilização e o ensino do português. O uso do português como ferramenta comercial é outro aspecto a ser discutido em um dos painéis, tendo como pano de fundo o dinamismo da economia de certos países como Angola, Moçambique e Brasil.

Para alguns países onde se falam muitas línguas, como Moçambique, o português também é estratégico para a unidade nacional, como falou à RFI Alexandre da Conceição Zandamela, embaixador de Moçambique na UNESCO. “Moçambique conta com vários agrupamentos étnicos; se eu me deslocar 200 km, se calhar já não me comunico mais com os grupos dessa área, então o português, além de ser a língua oficial, é a língua da unidade nacional”, disse Zandamela.

A cooperação entre os países é um passo fundamental. Sob essa ótica, os participantes vão retomar o tema do acordo ortográfico e tratar do português nas esferas digital, cultural, cientifica e na mídia.

O tema da primeira sessão do Congresso foi o português como língua de comunicação e cultura. Gilvan Muller de Oliveira, diretor executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (ILLP), com sede em Cabo Verde, falou sobre o atual plano de ação estabelecido em Brasília em 2010, que inclui a formação de um vocabulário ortográfico comum, que finalizará os trabalhos da preparação e implementação do acordo ortográfico, e a plataforma do professor de português como língua estrangeira.

 

 

Representantes de países da CPLP discutem estratégias para valorizar o português (04:38)

 

 

Marcelo Dantas, ministro conselheiro da Cultura do Brasil, acredita que o português tem potencial para ser a sétima língua oficial da ONU. Ele falou ainda sobre estratégias para estimular o ensino do português em comunidades vivendo no exterior, como no caso de brasileiros no Japão ou nos Estados Unidos. Dantas acha também que o português deve ser mais utilizado para textos científicos, citando o exemplo de pesquisadores brasileiros que privilegiam o inglês para seus relatórios, por causa de uma maior visibilidade. Ler o artigo completo (rfi).

 

Foto: Congresso internacional em Paris discute importância da língua portuguesa. Carina Branco/RFI

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