Coimbra, 26 nov (Lusa) – Escritores, especialistas e investigadores reúnem-se num congresso internacional no Convento de São Francisco, em Coimbra, entre 02 e 04 de dezembro, para debater a língua portuguesa como um idioma de futuro.
O Congresso Internacional “Língua Portuguesa: uma Língua de Futuro” foi a forma escolhida pela Universidade de Coimbra (UC) para encerrar as comemorações dos seus 725 anos, reforçando a estratégia de ter o idioma como elemento central da sua “internacionalização” e da sua afirmação como “universidade global”, afirmou a vice-reitora da UC, Clara Almeida Santos.
Durante três dias, será discutido o ensino da língua portuguesa, a sua presença na era digital e o português como língua do conhecimento ou como língua literária, num programa que conta também com atividades culturais, como concertos, uma peça de teatro e a apresentação de um livro.
O professor catedrático Vitor Aguiar e Silva, que esteve na criação do Instituto Camões, vai estar responsável pela conferência inaugural, intitulada “Em busca de um cânone literário para a língua portuguesa”.
No primeiro dia, é também debatido o ensino da língua portuguesa e os “desafios da diversidade”, com o docente brasileiro Carlos Faraco, o linguista moçambicano Gregório Firmino e a investigadora e docente portuguesa Maria Antónia Mota.
A língua portuguesa na era digital vai ser também tema de destaque no segundo dia do congresso, num debate entre o catedrático de engenharia informática António Dias Figueiredo, o especialista em linguística computacional António Horta Branco e a docente focada em processamento de linguagem natural Aline Villavicencio.
No último dia do congresso, 04 de dezembro, os escritores Germano Almeida, de Cabo Verde, Luís Cardoso, de Timor-Leste, João Melo, de Angola, e Lídia Jorge, de Portugal, debatem o português “como língua literária”, num debate moderado pelo professor da Faculdade de Letras de Coimbra Carlos Reis.
O congresso internacional conta ainda com um programa cultural.
A 02 de dezembro, o ministro da Cultura de Cabo Verde, Mário Lúcio, toca no Conservatório de Música de Coimbra e, no dia seguinte, realiza-se a primeira apresentação pública do seu novo livro, “Biografia do Língua”.
Também a 03 de dezembro, o Teatro Meridional apresenta a peça “Mar me quer”, baseada num texto do escritor moçambicano Mia Couto, no Teatro da Cerca de São Bernardo.
Para encerrar o congresso, no último dia, a partir das 18:30, realiza-se o evento “Tudo Língua”, em parceria com o jornal Público, na Biblioteca Joanina.
Naquele espaço, vai decorrer “um duelo de heterónimos”, com o docente Carlos Reis a interpretar o heterónimo de Eça de Queirós, Fradique Mendes, e o professor e editor Jerónimo Pizarro a interpretar Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa.
Após o debate, haverá um concerto da brasileira Adriana Calcanhoto, num evento apenas para convidados, informou a vice-reitora.
Comments are closed.