“A conferência vai ser transmitida na Internet para todo o mundo e qualquer pessoa no mundo pode colocar questões às pessoas que estão nos painéis, através do Twitter (…). Vamos tentar que em todos os painéis se responda pelo menos a uma ou duas questões dessas”, disse a presidente da comissão organizadora e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
Em entrevista à Lusa a propósito do evento, Ana Paula Laborinho sublinhou que a utilização destas novas tecnologias na conferência pretende transmitir a mensagem de que o português “é também uma língua inovadora, uma língua do futuro”.
Três anos e meio depois da primeira conferência, que decorreu no Brasil e resultou na adoção do Plano de Ação de Brasília para a Promoção, a Difusão e a Projeção da Língua Portuguesa, os participantes vão fazer o balanço do que foi feito desde então e deverão abordar os temas a incluir no Plano de Ação de Lisboa, cuja redação será finalizada na quinta-feira pelos representantes dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Este plano de ação será depois aprovado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos oito países-membros, a 04 de novembro na sede da organização, e endossado para a cimeira de Díli, prevista para julho de 2014.
Recordando que a primeira conferência tinha como tema a língua portuguesa na Internet e no mundo digital, Ana Paula Laborinho sublinhou que hoje o português é a quinta língua mais usada na Internet e a terceira nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook.
Reconheceu que ainda é preciso fazer “muito mais em termos de conteúdo”, nomeadamente no desenvolvimento de plataformas de ensino à distância, mas afirmou que nesta segunda conferência será apresentado um portal do português como língua estrangeira.
Há outras áreas em que “é preciso ir mais longe”, reiterou Laborinho, exemplificando com a utilização do português nas organizações internacionais, no ensino, nas diásporas.
Mas sublinhou que a novidade desta conferência é a aposta no português como língua de ciência e de inovação.
Recordando que atualmente se pensa na língua inglesa como a língua da ciência, a responsável afirmou que na conferência serão apresentadas propostas concretas para valorizar o português como língua de investigação e ciência.
“Isto não é uma guerra, não é a defesa de uma língua contra a outra”, disse a presidente do instituto Camões, afirmando que há espaço para mais do que uma língua na ciência.
Na II Conferência, que decorre na Universidade de Lisboa, deverão participar o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, e centenas de especialistas e representantes políticos dos oito Estados-membros da organização lusófona.
Além dos painéis sobre temas como ciência e inovação, diversidade linguística, ensino e a internacionalização e indústrias criativas, estão previstas dezenas de comunicações livres, selecionadas de 100 candidaturas.
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