Comunidades luso-asiáticas terminam conferência em Malaca com desejo de a tornar regular

Malaca, Malásia, 29 jun (Lusa) – A primeira conferência das comunidades luso-asiáticas terminou hoje em Malaca com os participantes a fazerem um balanço positivo deste “primeiro esforço” para dar visibilidade a estas comunidades e com o desejo dos organizadores de tornar o encontro regular.

O organizador e presidente da conferência, Joseph Sta Maria, da comunidade de lusodescendentes de Malaca, disse à Lusa que o objetivo do encontro foi fazer chegar à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) a mensagem de que estas comunidades existem e precisam de ser preservadas.

“Representamos a identidade portuguesa na Ásia”, vincou, dizendo que ainda não há um “plano específico” para o trabalho que se seguirá.

“Vamos esperar a resposta à conferência”, afirmou, admitindo que gostaria que passasse a ser um encontro regular, a cada dois anos, para permitir lançar e consolidar projetos.

Joseph Sta Maria espera que a mensagem que saiu da conferência, onde estiveram representantes de comunidades de cerca de dez países, chegue aos líderes da CPLP e que, por exemplo, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, descendente de goeses, visite os lusodescendentes da Ásia.

No encontro estiveram presentes os embaixadores de Portugal na Tailândia e designado para a Malásia, Francisco Vaz Patto, o embaixador de Portugal na Indonésia, Joaquim Moreira de Lemos, e o ex-Presidente, ex-primeiro-ministro e atual ministro de Timor-Leste Xanana Gusmão.

“Foi uma primeira conferência, foi um primeiro esforço que eu acho que serviu para mostrar e para dar visibilidade a algumas das várias comunidades na Ásia que falam português. É um primeiro passo, acho que deve continuar, sinto que o nosso ministro [dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva], o nosso Governo quererão continuar a apoiar este género de iniciativas”, disse à Lusa Francisco Vaz Patto.

O embaixador considerou que a “o facto de a nova estratégia da CPLP estar direcionada para uma abertura também a estas comunidades” é uma das vias possíveis para “fazer qualquer coisa” em relação a estas comunidades e aos pedidos de apoio que deixaram na conferência.

“São pedidos normais nestas comunidades, que precisam de ser acarinhadas. O carinho é o primeiro passo e penso que sentiram isso”, acrescentou, considerando positivas e importantes, neste contexto, as presenças de dois embaixadores de Portugal, de Xanana Gusmão e de Fernando Nobre, o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), dada a “grande atividade” que esta Organização Não Governamental (ONG) tem junto de comunidades portuguesas e lusodescendentes no mundo.

“Foi um sinal importante”, disse o embaixador, que considerou também positiva a proposta de Xanana Gusmão de estas comunidades lusodescendentes serem convidadas para o próximo encontro da CPLP sobre o futuro da língua portuguesa.

Entre os representantes das comunidades o espírito dominante, no final do encontro, era de satisfação pela oportunidade de trocar contactos e experiências, descobrir traços comuns na língua, na música ou nos hábitos e, em diversos casos, de passar a ter consciência da existência de outras comunidades com origem cultural comum.

MP // PJA – Lusa/fim

 

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