Paris, 19 out (Lusa) – A delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, vai ser palco de um colóquio sobre as artes da língua portuguesa, quarta e quinta-feira, com criadores de diferentes áreas de produção artística.
A iniciativa vai juntar nomes como o escritor angolano Ondjaki, o português Rui Zink e o cineasta guineense Flora Gomes, entre outros. “Quisemos juntar diferentes nomes da lusofonia, diferentes individualidades da cultura e da língua portuguesa provenientes de diferentes disciplinas artísticas”, explicou à Lusa Miguel Magalhães, adjunto do diretor da Gulbenkian de Paris.
O colóquio está organizado em quatro mesas redondas dedicadas à música, literatura, teatro/dança/cinema e estratégias de difusão da língua portuguesa, sendo organizado em parceria com o Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas, repetindo, “num formato ligeiramente diferente, um colóquio realizado no início de 2014, em Lisboa”, intitulado “Criar em Português. O que pode uma língua?”.
O encontro acontece no âmbito das comemorações dos 50 anos da Fundação Gulbenkian, em Paris, numa altura em que “há um interesse acrescido do público francês pela cultura portuguesa”, precisou Miguel Magalhães.
“A primeira razão é o peso da comunidade lusodescendente em França, que continua a aprender português e estamos a falar de várias centenas de milhares de pessoas. Depois, eu diria que França será provavelmente o país do mundo que mais traduz a língua portuguesa (…) A terceira razão pela qual este colóquio é mais oportuno que nunca, é o facto de Portugal, neste momento, estar muito na moda junto do público e turistas franceses”, continuou.
O colóquio é comissariado pelo professor universitário português Paulo Filipe Monteiro e vai contar com a participação, na quarta-feira, 21 de outubro, de João de Pina Cabral, professor de Antropologia Social na Universidade de Kent, em Inglaterra, Fernando Cabral Martins, professor de Literatura Portuguesa na Universidade Nova de Lisboa, a compositora Andreia Pinto Correia, o jornalista e crítico musical Nuno Galopim, a cantora e compositora Luísa Sobral e os escritores Dulce Maria Cardoso, Rui Zink e Ondjaki.
Na quinta-feira, 22 de outubro, as mesas redondas contam com a participação de Maria José Fazenda, professora na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, Eugénia Vasques, professora e crítica de teatro, Maria do Rosário Pedreira, editora do grupo Leya, Michel Chandeigne, livreiro e editor em Paris, Paulo Werneck, curador da Festa Literária Internacional de Paraty, no Brasil, e o cineasta guineense Flora Gomes.
O programa do cinquentenário da Gulbenkian de Paris vai ter como pontos altos uma retrospetiva, no Grand Palais, da obra de Amadeo de Souza-Cardoso, de abril a julho de 2016, e uma mostra sobre os últimos 50 anos da Arquitetura Portuguesa, na Cité de l’Architecture et du Patrimoine, de abril a agosto do próximo ano.