O anúncio foi feito ontem pelo presidente do IPM, Lei Heong Iok, que presidiu à inauguração do centro, realizada no âmbito da abertura da segunda conferência do Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões da Língua Portuguesa (FORGES), que decorre até amanhã.
Carlos André deverá iniciar funções em Macau em 2013, encerrando um ciclo de sete anos à frente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em declarações aos jornalistas, Carlos André afirmou “a importância estratégica” do novo Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa em Macau. “Portugal anda razoavelmente distraído em relação ao que está a acontecer não apenas na China, não apenas em Macau, mas também em Timor, e em outros países que nos passam despercebidos, como as Filipinas, a Coreia e o Japão, no que toca à língua portuguesa”, afirmou.
Para Carlos André, “em Portugal quase se desconhece que há mais de duas dúzias de universidades chinesas que ensinam o português em graduação, e metade delas começam a ensinar em nível de mestrado”. Nesse sentido, defendeu, “é preciso ter consciência de que o português ganhou projeção inédita até agora, uma projeção enorme no Oriente, e Macau está numa posição privilegiada para esse fechar do arco, que significa a língua que vai do Brasil a Timor”.
O futuro director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa destacou também as responsabilidades do território face à sua posição geoestratégica. “Macau está num sítio privilegiado. Deve assumir particulares responsabilidades, e penso que é essa a visão estratégica que o Instituto Politécnico teve ao criar este centro”, acrescentou.
Ainda em fase de recrutamento de alguns docentes, o novo Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa deverá organizar o segundo fórum do ensino de português na China, previsto para 2013 em Macau, avançou o presidente do IPM.
Lei Heong Iok destacou que o novo centro “tem muito que fazer” nas três áreas definidas como prioritárias: “formação de docentes – quer locais, quer da China; preparação de materiais, audiovisuais e técnico-científicos; e investigação e ensino da língua portuguesa”.
“Naturalmente, este centro pode cooperar com as universidades chinesas, quer de Xangai, Pequim, e outras cidades onde se ensina português”, referiu Lei Heong Iok, realçando a participação no FORGES de cerca de uma dezena de docentes e reitores de instituições da China Continental com programas de português.
Foto: LUSA – estudantes portugueses do curso de traducao-interpretacão Português-chinês, Instituto Politecnico de Macau, 09 de Setembro de 2007, Macau. CARMO CORREIA
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