Cartas de amor de Amílcar Cabral apresentadas em Bissau

Bissau, 08 abr (Lusa) – O ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira convidou os guineenses a reverem-se nos ideários do “pai” da nação através do livro “Cartas de Amor de Amílcar a Maria Helena”.

Um livro contendo as cartas de amor de Amílcar Cabral, o fundador das nacionalidades da Guiné e Cabo Verde, dirigidas à esposa, foi apresentado na quinta-feira à noite em Bissau.

Numa sala repleta de jovens e veteranos da luta pela independência da Guiné-Bissau, o livro mereceu um longo comentário de vários intervenientes, com destaque para Domingos Simões Pereira, que aproveitou o momento para evocar “a figura impar de Amílcar Cabral, mas nas suas qualidades de um simples homem”.

Para Domingos Simões Pereira, as cartas de Amílcar Cabral, escritas entre 1940 e 1960, “são tao atuais” que devem ser lidas “por todos os guineenses” que se vão rever, cada um, num determinado capítulo, disse.

Para o atual líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), fundado por Cabral, o que mais ressalta nas cartas, que revelaram a outra face do homem, “são os valores morais e éticos” de Amílcar que se posicionou contra a mentira, a calúnia e o racismo.

cartas de amor de Amilcar CabralDomingos Simões Pereira salientou que “esses são os valores” pelos quais todos os dirigentes se deviam orientar, “desde o momento que pretendem evocar ou copiar Cabral”, que disse ser acima de tudo “um humanista”.

Comentando as passagens das Cartas de Cabral, Simões Pereira enalteceu um capítulo em que aquele evocava a responsabilidade de um dirigente perante o povo, para não se amedrontar “mesmo perante a morte física”.

“Dizia Cabral, quando falava da morte, que só morremos no momento em que deixamos de assumir as nossas responsabilidades, aí sim morremos fisicamente”, destacou Simões Pereira, salientando que todos os guineenses e cabo-verdianos deviam ler o livro editado pela editora Rosa de Porcelana.

Iva Cabral, a filha de Amílcar Cabral, disse que decidiu publicar as cartas dos seus pais para “desmistificar a figura de Cabral” e dar uma visão daquilo que foi o seu pai enquanto “um simples homem e não o mito”.

Disse ainda ter publicado as cartas para “espevitar os jovens, sobretudo os da Guiné-Bissau”.

“Jovens da Guiné: lutem para que este país vá para frente porque já é hora para isso”, gritou Iva Cabral, merecendo palmas dos jovens presentes no anfiteatro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) em Bissau.

MB // SB – Lusa/Fim
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