Cabo Verde terá sessões de esclarecimento sobre Acordo Ortográfico durante 2016

Lisboa, 01 jan (Lusa) – Em Cabo Verde, a aplicação do Acordo Ortográfico vai passar pelas “necessárias” ações de esclarecimento sobre a nova grafia, disse à agência Lusa a diretora-executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Marisa Guião de Mendonça.

Em Cabo Verde, onde o Acordo Ortográfico entrou em vigor a 1 de outubro, “há ainda muita oscilação a nível da imprensa” e “as autoridades cabo-verdianas estão a desenhar algumas ações de esclarecimento da nova grafia”, revelou a responsável.

Em entrevista à Lusa, Marisa Mendonça considerou “necessário que estas ações ocorram, para que as pessoas possam realmente ser esclarecidas sobre as mudanças que o Acordo prevê”.

“Pensamos que, a partir do início deste ano, o IILP possa envolver-se nessa dinâmica que certamente acontecerá em Cabo Verde em cooperação com o Ministério da Cultura, o Ministério da Educação e o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, para dar início a um ciclo de palestras e a sessões de esclarecimento sobre as mudanças que ocorrem nesta nova grafia”, acrescentou.

Marisa Mendonça revelou ainda à Lusa que o Vocabulário Nacional de Cabo Verde – que se destina a integrar a plataforma digital VOC (Vocabulário Ortográfico Comum) – “acaba de ser fechado, com um grande apoio do Ministério de Relações Exteriores de Cabo Verde e do Ministério da Cultura e, excecionalmente, com o apoio financeiro do IILP”.

A 30 de setembro de 2015, em entrevista à Lusa, o ministro da Cultura cabo-verdiano, Mário Lúcio Sousa, disse que o acordo seria obrigatório mas estimou que a velha grafia da língua portuguesa só desaparecerá definitivamente do país em 2020.

O Acordo Ortográfico foi aprovado no conselho de ministros cabo-verdiano em 2009, mas o governo estipulou um período de transição de seis anos, período durante o qual a nova ortografia foi utilizada por alguns departamentos da administração pública e por alguns jornais digitais.

À data, o ministro garantiu à Lusa que estavam criadas todas as condições para o país começar a escrever apenas com base nas novas regras da língua portuguesa, e adiantou que o governo se preparava para promover sessões de esclarecimento para professores, estudantes, funcionários, jornalistas, corpo diplomático, entre outros, até outubro de 2016.

Segundo a tutela, seriam também disponibilizados conversores ortográficos e outros instrumentos para facilitar o uso da nova ortografia, bem como um guia de utilização dirigido aos meios de comunicação social, a ser facultado pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) de Lisboa, que tem um protocolo com o Instituto da Investigação e do Património Culturais (IIPC) de Cabo Verde.

HSF (RYPE) // PJA – Lusa/fimCabo Verde

 

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