Nas notícias difundidas pela própria BBC só se fala em cortes para o World Service em Português para África, uma plataforma multimédia que inclui rádio e online.
Mas há um outro serviço – que apenas opera online – que também usa o Português como língua de comunicação. Trata-se do serviço BBC Brasil. Este serviço, soube o PÚBLICO, vai continuar.
Contactada a responsável da secção de Português para África, Teresa Lima, esta não prestou esclarecimentos. Limitou-se a dizer que não responde a perguntas que a afectam a ela e ao seu departamento e remeteu para o comunicado oficial da BBC.
As outras quatro línguas que vão ficar sem emissão da BBC são o Albanês, o Macedónio, o Sérvio e o Inglês para as Caraíbas.
Espera-se que estas medidas – que vão originar o despedimento de 650 pessoas – possam poupar à estação britânica 46 milhões de libras (53 milhões de euros) por ano.
A BBC – que hoje vai começar a informar as pessoas visadas por estas decisões – espera vir a poupar algum dinheiro depois de o Governo ter diminuído drasticamente as subvenções ao canal público.
Em Outubro passado, o governo informou a BBC que o ministério dos Negócios Estrangeiros deixaria de financiar o World Service. Este serviço, que começou em 1932, custa actualmente 272 milhões de libras (316 milhões de euros) anualmente e estima-se que tenha uma audiência global de 241 milhões de pessoas nas plataformas rádio, televisão e Internet.
A BBC deverá hoje fazer uma declaração acerca destes cortes que se deverão desenrolar ao longo dos próximos dois anos. Sabe-se, porém, que dois terços dos postos de trabalho que virão a ser cortados sê-lo-ão nos primeiros 12 meses.
Uma redução dos programas em outras sete línguas deverá igualmente ser anunciada em breve.
O sindicato nacional de jornalistas britânicos (National Union of Journalists – NUJ) já disse que hoje irá organizar uma manifestação à porta da sede do World Service da BBC, em Londres.
O mesmo organismo fez igualmente saber que escreveu uma carta ao presidente do comité dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Britânico, Richard Ottaway, e ao presidente do comité da Cultura, Media e Desporto, John Whittingdale, pedindo-lhes que revejam estes planos de corte.
O NUJ estima que, caso estes planos avancem, estes “cortes drásticos” irá “danificar severamente os interesses nacionais do Reino Unido”.
Na segunda-feira a BBC já tinha anunciado que iria encerrar cerca de 200 sites e despedir 360 pessoas num esforço para reequilibrar as suas finanças.
Os despedimentos não serão efectuados de imediato, mas ao longo dos dois próximos anos, à medida que a BBC Online for reestruturada. Em 2013, o orçamento da empresa deverá ser de 103 milhões de libras (cerca de 121 milhões de euros), o que representa uma descida substancial dos actuais 137 milhões de libras.
FONTE: Público