Malabo, 10 mai (Lusa) – A Guiné Equatorial assinalou o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com conferências, música e mostras de gastronomia, apelando à população para que “conheça a cultura portuguesa e aceite o português”.
A Guiné Equatorial, que aderiu à organização lusófona em 2014, assinalou o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP – que se comemora a 05 de maio –, pelo segundo ano consecutivo.
“A nossa mensagem à população é que conheça a cultura portuguesa e a aceite, porque o português é outro idioma oficial na Guiné Equatorial e todos os cidadãos estão convidados a aprendê-lo e a aproximar-se desta cultura”, disse a embaixadora equato-guineense para a CPLP, Cristina Mangue Abeso, citada na página oficial do Governo da Guiné Equatorial.
Na conferência, intervieram representantes de países da CPLP, entre os quais Portugal, Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe.
Segundo a mesma fonte, a embaixadora destacou a importância que a Guiné Equatorial, “como novo membro desta organização, atribui à festa da Língua e da Cultura Portuguesa”.
As celebrações prosseguiram no fim de semana, com mostras gastronómicas de Estados da CPLP e atuações musicais de grupos tradicionais, refere ainda o gabinete de imprensa oficial.
A introdução do português como língua oficial e a promoção do seu uso na Guiné Equatorial – país onde se fala maioritariamente espanhol e fang – foi uma das condições da adesão deste país à CPLP.
Quase dois anos depois da adesão à organização lusófona, a página oficial do Governo equato-guineense continua a ser escrita em três idiomas – espanhol, francês e inglês -, mas ainda não utiliza o português como opção.
Na semana passada, o embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa, Tito Mba Ada, disse que o seu país conta “com a colaboração das universidades” na reintrodução do português na Guiné Equatorial, antiga colónia portuguesa entregue a Espanha no século XVIII.
Em março passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, transmitiu, em Lisboa, ao seu homólogo equato-guineense que os membros da CPLP, e Portugal “com particular atenção”, esperam que as autoridades de Malabo deem “passos significativos na plena adoção do português como uma das línguas oficiais do país e a promoção do seu ensino em todo o sistema escolar”.
Nesse sentido, Portugal ofereceu-se para colaborar na implementação do português no sistema de ensino, seguindo o modelo aplicado, com sucesso, na Namíbia, uma tarefa na qual o Brasil também pode colaborar.
A oferta, reiterou o chefe da diplomacia portuguesa na semana passada, mantém-se “completamente válida” e o Governo português espera que “seja acolhida pelas autoridades” da Guiné Equatorial.
A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.