Associação de Escritores da Guiné-Bissau (AEGUI )

Na Guiné-Bissau não há livrarias, nem nenhum outro sítio onde comprar livros, mas há escritores que se juntaram numa nova associação para que os guineenses “não deixem de sonhar”, explicou o autor Abdulai Silá à agência Lusa.

Ou seja, a escrita e os livros são só um dos aspetos por dinamizar num país que está entre os mais pobres do mundo e onde faltam quase todos os bens e serviços essenciais.

Neste contexto, uma das maiores preocupações da nova associação é “evitar a resignação” e mostrar que as pessoas “têm que ser capazes de imaginar um outro país além da crise”, para um dia o conseguirem alcançar.

“Se as pessoas se perderem no ‘hoje’, com problemas e sem exemplos a seguir, esta crise vai durar muito mais”, alerta Abdulai Silá.

Neste sentido, a associação está nesta altura a organizar-se internamente para nos próximos meses começar a preparar atividades com associações, comunidades locais e outros artistas em que o objetivo é motivar a interação e o debate.

“Exige-se dos homens de cultura uma ação mais visível”, até porque a cultura sempre teve “um papel preponderante” na Guiné-Bissau – sobretudo com artistas plásticos e músicos, como aconteceu na luta pela independência do país, em que as canções nacionalistas em crioulo galvanizavam o povo.

“Os artistas conseguiram sempre fazer as pessoas sonhar”, justifica Abdulai Silá, dizendo que têm entre mãos “uma herança para valorizar” e que toda a criatividade é bem-vinda.

De outra forma, o escritor teme que a Guiné-Bissau corra o risco de ser rejeitada pelos próprios guineenses, sobretudo na diáspora, que não querem ver o seu nome associado a um país “que não funciona”.

A direção da AEGUI é ainda composta por Tony Tcheka (vice-presidente) e Odete Costa Semedo (secretária-geral).

LFO // VM – Lusa/Fim

 

Da direcção da AEGUI, fazem parte os escritores Abdulai Sila (Presidente), Tony Tcheka (Vice-Presidente) e Odete Costa Semedo (Secretária-Geral).

Outros membros da nova organização estiveram presentes no seu primeiro acto oficial, nomeadamente, Agnelo Regalla, Adriano Ferreira, Conduto de Pina, Félix Sigá, Nelson Medina, Uco Monteiro e Fernando Perdigão.

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