Um total de 33 instituições de ensino privadas abriram cursos formais e complementares de português no ano lectivo 2015/2016, abrangendo 3800 estudantes, um aumento de 20 por cento comparativamente ao ano lectivo anterior.
Foi com estes e outros números que o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) respondeu a uma interpelação escrita do deputado Si Ka Lon, que quis saber como o Executivo estava a assumir em termos de políticas educativas o desafio do 12.º Plano Quinquenal da China para posicionar Macau como “Plataforma de Serviços para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.
Na interpelação que dirige ao Executivo, Si Ka Lon aponta o dedo à política linguística do governo: a grande maioria das escolas privadas tem o inglês como segunda língua no ensino não superior e não o português. Por sua vez, as universidades apenas oferecem cursos de iniciação, não permitindo a continuidade no desenvolvimento do português dos alunos que já o estudaram no secundário.
Em carta assinada pelo seu coordenador, Sou Chio Fai, o GAES responde que o Governo não tem estado de braços cruzados e que irá continuar a promover a abertura de mais cursos de português nas escolas através da inclusão do “Curso de língua portuguesa” no Fundo de Desenvolvimento Educativo para o próximo ano lectivo.
Sou Chio Fai nota ainda que tanto a Universidade de Macau como o Instituto Politécnico de Macau (IPM) têm feito apostas no ensino do português no âmbito dos seus cursos. Além disso, o responsável observa que, até ao dia 15 de Abril deste ano, o Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo tinha subsidiado 158 cursos de português e 21 exames de certificação em Macau e no exterior, tendo beneficiado 1500 cidadãos, com subsídios que ascenderam a 1, 5 milhões de patacas.