Numa aventura luso-tailandesa – dada a origem da mulher de João Gomes -, o veleiro leva o segundo nome de Maria, que terá pouco mais de um ano quando iniciar a viagem, que se prolongará por cerca de três anos.
O barco – atualmente ancorado na República Dominicana, onde terá início a ‘expedição’, – custou cerca de 100.000 dólares e obrigou a um investimento semelhante para dotar o veleiro de radar, sistemas de localização, ar condicionado, aquecimento, velas, telefone via satélite e outras necessidades para uma longa viagem com muitas paragens.
“O primeiro país lusófono a visitar será Timor-Leste, seguindo-se o território de Macau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Brasil e Portugal”, onde deverão chegar em 2016, explicou João Gomes.
Ao longo da viagem, o casal vai contar as aventuras no blogue www.salingdee.com e fará reportagens para o semanário católico de Macau O Clarim, bem como para uma revista de Hong Kong e outra da Tailândia, prevendo-se ainda a preparação de uma série de televisão, num conjunto de iniciativas que tentam “colmatar a ausência de grandes apoios financeiros e que irão ajudar a pagar as despesas mensais”.
“Sempre que chegarmos a um ponto da ‘lusofonia’ vamos parar e realizar algumas ações culturais que visem também assinalar os 500 anos das ligações marítimas da Europa à Ásia pelos navegadores portugueses”, apontou.
A viagem, que a família tentará fazer sobretudo ao longo do dia, terá, contudo, etapas mais longas em vários mares e oceanos, altura em que João Gomes espera ter a companhia de vários amigos também apaixonados pelo mar.
“Já temos alguns percursos combinados com amigos que nos vão acompanhar em etapas mais longas, mais exigentes por demorarem mais tempo em alto mar e porque nestas alturas toda a ajuda é importante”, acrescentou João Gomes, ao salientar que “todas as rotas conhecidas como sendo de potencial perigo serão evitadas, como é o caso da região da Somália”.
Até janeiro, a família de João Gomes espera ainda conseguir angariar apoios humanitários que seriam enviados para os países ou regiões de destino em contentores e depois distribuídos nas paragens do veleiro.
“Queremos juntar todas as vertentes a esta viagem e esperamos conseguir apoios nesse sentido, porque, além do desafio pessoal e do objetivo de querermos realizar a viagem, atribuímos a esta aventura a componente cultural de celebração da amizade entre os povos da lusofonia e a de ajuda aos mais necessitados através da doação de bens”, concluiu.
JCS // MLL – Lusa/fim
Foto: A caravela Boa Esperança navega defronte à Torre de Belém, em Lisboa, na largada dos veleiros para a Regata Colombo, e que coincide com as comemorações do 25 de Abril, em 1992. Alberto Frias / Lusa