MÁRIO MÁXIMO é natural de Lisboa e tem uma intensa atividade como escritor, tendo já publicado vinte livros. Oração Pagã e As Viagens Essenciais e Mercador de Utopias (na poesia), A Ilha e O Infausto Quarteto (no romance) são alguns dos títulos que mais se destacaram. No teatro houve duas peças já editadas: O Homem Que Tinha A Música Na Cabeça e Nickname (esta última levada à cena tendo como protagonista o ator André Gago). Como declamador desenvolve também uma carreira intensa, realizando recitais por todo o país e tendo já editado o CD DIZERPESSOA.
Agora, nos finais de 2016, surge nos escaparates o livro ANTOLOGIA – POEMAS ESCOLHIDOS – 30 ANOS DE POESIA. Um livro prefaciado pela Prof.ª Doutora Inocência Mata e que agrega uma escolha poética do autor, realizada sobre os treze livros de poemas editados nos trinta anos que mediaram entre 1986 e 2016.
Sendo, para além de escritor, economista, tem exercido na sua vida profissional funções como gestor público e privado, tendo já desempenhado, entre muitas outras atribuições, gestão de topo em empresas multinacionais bem como a de vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Odivelas e a presidência do Centro Cultural Malaposta. No plano da gestão cultural foi, ainda, Presidente da Associação Fernando Pessoa e Diretor da Fundação Natália Correia.
A Lusofonia tem assumido um papel de muito relevo na vida de MÁRIO MÁXIMO. É Comissário Estratégico da Bienal de Culturas Lusófonas (Odivelas), que em 2015 registou a sua quinta edição. Dirige o Fórum Lusofonia (Fórum de debate alargado dos assuntos lusófonos) e organiza o Encontro de Escritores Lusófonos (um dos mais concorridos encontros literários lusófonos realizados em Portugal).
“…Recordo a manhã das pedras dentro dos rios. Águas
correndo límpidas e suaves e tomadas de nuances.
Eu já fui uma pedra postada dentro do leito de um rio
de águas assim tão puras.
A vida era essa água correndo límpida e suave, tomada
de nuances.
A sua corrente polia a pedra que eu era. E o som
da corrente era o som da harmonia.
A cor dos sonhos era a cor maravilhosa dessa água
transparente. Na cor dessa transparência
eu via todas as outras cores. A natureza chegava
até mim através da transparência das águas.
A sua poderosa força suave ia polindo a superfície
da pedra que eu era.
Eu já fui uma pedra postada dentro do leito de um rio
de águas assim tão puras.
Sempre que procuro a minha idade de ouro
reencontro essa corrente a jorrar dentro de mim.
Em lugar incerto eu sei. Em lugar que eu perdi.
Mas corre dentro de mim apesar disso. A minha
utopia está nas águas dessa corrente.
Acho que é dessas águas que se revelam as palavras
da minha poesia…”