O peso dos PALOP no total das exportações portuguesas em 2012 foi de 8%, mas é provável que este valor se reforce nos próximos anos, considerou o diretor de relações institucionais e mercados externos – África subsariana da AICEP, Felizardo Gonçalves.
O peso dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) na economia portuguesa é de 8%, “certamente aquém do que algumas pessoas poderiam pensar”, disse o responsável da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), acrescentando que, apesar do valor baixo no total, os PALOP como destino “têm crescido de importância e é de prever que o peso de África e dos PALOP se reforce nos próximos anos”.
De acordo com os números divulgados durante a apresentação de um estudo sobre a sociedade da informação nos PALOP, em janeiro, as exportações de bens aumentaram 35% entre 2008 e 2012, fundamentalmente graças a Angola e Moçambique.
Já a exportação de serviços aumentou 80% no mesmo período, com especial destaque para Angola, que quase duplicou o valor das importações de serviços portugueses entre 2008 e 2012.
Angola representa, quer nos serviços, quer nos bens, o principal parceiro comercial de Portugal, representando sempre mais de 80% do valor total de trocas comerciais de Portugal com os PALOP em todos os anos entre 2008 e 2012, segundo os números apresentados pelo diretor de relações institucionais e mercados externos – África subsariana da AICEP, Felizardo Gonçalves.
A título de exemplo, pode referir-se que em 2012, Angola representou 83% do total dos bens exportados de Portugal para os PALOP, valendo, assim, 2.991 milhões dos 3.611 milhões de euros no total desse ano.
O saldo positivo para Portugal da balança comercial com Angola diminuiu mais de 60%, tendo terminado 2013 com 480 milhões de euros, uma forte quebra face aos 1.209 milhões de euros de excedente no ano anterior.
De acordo com os dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com base nos números do Instituto Nacional de Estatísticas, Portugal exportou para Angola 3, 1 mil milhões de euros, que representam uma subida de 4, 1% face a 2012, representando um aumento de 122 milhões de euros face aos produtos vendidos em 2012.
As importações, por seu turno, subiram 47, 8%, tendo valido, no ano passado, 2.632 milhões de euros, o que representa uma variação de 851 milhões de euros a favor de Angola, que vê o seu défice da balança comercial com Portugal encurtar para menos de 500 milhões de euros, o valor mais baixo de sempre.
Angola é o quarto destino das exportações portuguesas, depois da Espanha, Alemanha e França, e à frente do Reino Unido e dos Estados Unidos.
Em sentido inverso, Angola continua a ser o sexto maior comprador de produtos portugueses, a seguir a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos.
MBA // PJA – Lusa/Fim
Foto: O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, conversa com Domingos Simões Pereira, secretário executivo da CPLP , momentos antes do início de uma reunião, 10 de Março de 2009, nas instalações da CPLP, Lisboa. ANTÓNIO COTRIM/LUSA