Constantino Xavier, de origem goesa, recebeu da ministra dos Negócios Estrangeiros indiana uma distinção dada a antigos bolseiros de excelência. No discurso de aceitação falou um pouco em português, “uma das línguas da Índia”, e relembrou cinco séculos de relações bilaterais e ainda o caso de sucesso que é António Costa.
Foi das mãos da ministra indiana dos Negócios Estrangeiros, Sushma Swaraj, que Constantino Xavier recebeu em Nova Deli o prémio do Conselho Indiano para as Relações Culturais (ICCR) que visa distinguir antigos bolseiros de excelência. A par do académico português, houve mais quatro premiados, oriundos do Afeganistão, Etiópia, Vietname e Butão, curiosamente todos eles ministros em governos nacionais ou estaduais.
Xavier, que atualmente é investigador no Brookings India, fez um discurso de aceitação em que falou sobretudo em inglês, mas também em hindi, igualmente em konkani, o idioma dos antepassados goeses, e ainda em português, “uma das línguas da Índia”. Uma homenagem sua à admirável diversidade do país, em que a memória da presença portuguesa hoje se sente mais em apelidos como Ferreira, Noronha ou Mascarenhas (usados por dezenas de milhões de católicos) do que pelo idioma, que subsiste em Goa em algumas pessoas mais velhas, mas que tem perdido terreno para o inglês desde que em 1961 a Índia pôs fim a mais de quatro séculos de soberania portuguesa. Hoje, há um esforço para relançar o interesse pelo português e isso sente-se também em universidades fora de Goa.
E foi em português, “falado em algumas casas indianas”, que afirmou: “sinto-me muito feliz por receber esta distinção. Encoraja-me a continuar a estudar a Índia e também a tentar servir como uma ponte entre a Índia e o mundo, especialmente com Portugal e a Europa”. Ler o artigo completo (Diário de Notícias)