Academia das Ciências de Lisboa vai passar a ter um vocabulário digital.

O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa é uma base de dados digital, de acesso totalmente gratuito, concebida segundo padrões estruturais que refletem os avanços da lexicografia moderna. O presente vocabulário digital, dando embora sequência às edições anteriores, está a ser elaborado inteiramente de novo, mantendo e atualizando o ideal paradigmático que tem caracterizado as propostas linguísticas da Academia.

O número de entradas não foi preestabelecido e o total surgirá como resultado final obtido depois de uma seleção exaustiva e rigorosa de toda a massa lexical acumulada nas obras académicas anteriores. Registar-se-ão as palavras de uso comum, isto é, o léxico geral da língua, descontados os nomes próprios.

A base de dados contém, neste momento, cerca de 100 mil entradas que estão a ser alvo de uma profunda e meticulosa revisão. De acordo com o plano estabelecido para o novo Dicionário da Academia, este vocabulário abrangerá apenas a língua portuguesa moderna, isto é, o período linguístico que decorre do século XVI até à época atual. Excetuam-se os arcaísmos que ainda vivam para além do período arcaico ou que revivam literariamente na linguagem de autores modernos ou contemporâneos.
A informação gramatical contida na base também está a ser revista e acrescentada nos casos em que a mesma não existia.

De uma forma geral, eis o nosso plano de trabalho:

– Registo dos vocábulos consagrados pelo uso.
– Registo de neologismos de uso corrente.
– Registo de vocabulário técnico ou científico.
– Registo de estrangeirismos de uso corrente, com indicação da língua, do equivalente vernáculo ou do aportuguesamento.
– Registo de certas formas usadas em Portugal e suas correspondentes noutros países lusófonos.
– Fixação das grafias que apresentam uma ou mais variantes, com indicação da grafia preferencial.
– Fixação das grafias afetadas pelo AO1990.
– Indicação da classe gramatical e do género.
– Distinção de parónimos.
– Registo de um significado ou sinónimo em vocábulos homófonos não homógrafos.
– Indicação ortoépica, sempre que necessária.
– Registo de femininos irregulares.
– Registo de certos plurais.
– Registo de particularidades na flexão verbal.
– Apontamentos com outras informações úteis.

Inclusões posteriores:

– Acrescento de vocábulos que espelhem a diversidade da língua portuguesa, regionalismos, e termos de uso corrente e generalizado em regiões e países lusófonos.
– Elementos vocabulares.
– Lista de abreviaturas e símbolos.
– Vocabulário onomástico (antropónimos e topónimos).

O presente vocabulário segue como base ortográfica o texto do Acordo Ortográfico de 1990, muito embora possa apresentar, por ser necessária, uma revisão metódica das disposições nele contidas. A Comissão do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa reconhece a necessidade de rever alguns pontos do Acordo Ortográfico de 1990, em benefício de uma maior regularização da escrita portuguesa.

O trabalho em curso pretende, ainda, contribuir para a futura elaboração de vocabulários técnicos e científicos, servindo como exemplo o Thesaurus de Ciências da Terra ou o Glossário Militar, obras em curso no âmbito dos trabalhos a ser desenvolvidos pelo Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa.

A elaboração e publicação do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa é uma competência da Academia das Ciências de Lisboa que decorre do seu compromisso estatutário. Cabe à Academia a iniciativa de coordenar, com a Academia Brasileira de Letras e com as instituições culturais dos outros países de língua portuguesa e dos núcleos portugueses no estangeiro, as ações respeitantes à promoção da unidade e expansão do idioma português.

Todo e qualquer contributo, que agradecemos, deve ser enviado para:
illlp@acad-ciencias.pt

Entidade
Academia das Ciências de Lisboa

Coordenação
Ana Salgado (Academia das Ciências de Lisboa)

Consultoria
Comissão do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa

Programação Linguagem Natural
Nuno Carvalho, Alberto Simões & José João Almeida (Grupo Natura, Universidade do Minho)

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