A Torre de Babel do mundo lusófono

“Estrangeiras”, de João Branco, sobe ao palco esta sexta e sábado no Teatro Rivoli, no Porto. Reflexão bem-humorada sobre os equívocos e preconceitos que existem entre os vários países que falam Português.

“O primeiro passo para nos conhecermos melhor é aceitarmos que nos conhecemos muito pouco”. A frase é de João Branco e remete para as várias questões sobre a lusofonia que o seu espetáculo levanta. “Estrangeiras”, que estará em cena esta sexta-feira e sábado no Teatro Rivoli, no Porto, às 19 horas, parte de um texto de José Luís Peixoto para descobrir aquilo que une e afasta as diferentes nacionalidades que têm em comum a língua portuguesa.

A situação em palco é a de três mulheres, uma brasileira (Janaina Alves), uma cabo-verdiana (Sílvia Lima) e uma portuguesa (Francisca Lima), que se encontram retidas numa sala de aeroporto nos EUA.

Na conversa que estabelecem enquanto aguardam pela possibilidade de entrar no país para onde pretendem imigrar, cada uma com os seus motivos, revela-se toda a falta de conhecimento que existe entre povos que falam a mesma língua, mas que são estrangeiros uns para os outros. A brasileira, por exemplo, insiste em falar inglês com as outras mulheres. E a portuguesa confunde a cidade de Mindelo, em Cabo Verde, com a Praia de Mindelo, perto de Vila do Conde.

“Há uma série de preconceitos que dificultam uma aproximação maior entre os países lusófonos”, afirma João Branco, que na sua vida pessoal experimenta também essa encruzilhada da lusofonia, com três filhas cabo-verdianas e uma mulher brasileira.

“Além da questão do sotaque e das palavras diferentes, há também a herança do colonialismo e os estereótipos criados pela televisão, que conduzem a visões idealizadas e falsas sobre os outros países. Ler o artigo completo (JN)

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