A terceira vez que o DN muda ortografia

Considerada por muitos como prejudicial, a existência de duas ortografias oficiais, a de Portugal e a do Brasil, levou a que, em 1911, acontecesse a primeira iniciativa de normalização e simplificação da língua portuguesa, mas que não foi extensiva ao outro lado do Atlântico. O DN de 12 de setembro desse ano referia o decreto publicado em Diário do Governo, no qual eram definidas as primeiras datas para que se estabelecessem “as bases para a unificação da ortografia que deve ser adotada nas escolas e nos documentos e publicações oficiais”.

Mais de três décadas depois, em 1945, na tentativa de pôr cobro às diferenças ortográficas entre Portugal e o Brasil, surge outro acordo. E, também aí, o jornal não lhe passou ao lado. A 9 de dezembro, o DN publicava o decreto que aprovava as regras, que então asseguravam “a unidade e o esplendor do idioma comum” e garantiam “a segurança e permanência de uma só língua portuguesa no mundo”.

 

1 de janeiro de 2012 marca o início de uma nova ortografia ao DN.

 

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As versões impressa e online do jornal passam a reger-se pelos critérios da língua portuguesa que querem constituir um facilitador da aproximação de culturas.

São três as principais mudanças: as consoantes “c” e “p” desaparecem apenas quando mudas (leccionar passa a lecionar), o hífen é suprimido em algumas formações (como hei-de, que se passa a escrever hei de) e palavras acentuadas na penúltima sílaba deixam de o ser (bóia é boia, asteróide dá asteroide, pêlo é pelo, pára fica para).

Registam-se, ainda, duas alterações de igual impacto: as minúsculas substituem as maiúsculas iniciais nos meses, pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas e quando Norte é a região) e estações do ano, e as letras K, W e Y são introduzidas no alfabeto (mantendo-se, porém, as regras de utilização anteriormente em vigor).

Para ajudar os leitores a entender a nova forma de escrever bem em português, o jornal impresso passa a incluir, a partir de dia 3, uma coluna nas suas páginas de Opinião que funcionará como uma errata. Nesta, não só serão identificadas eventuais falhas na edição do dia anterior como se fará a respetiva correção e serão explicadas as novas normas aplicadas às palavras e expressões em questão.

De realçar também que apesar de as versões impressas e online se apresentarem com o novo acordo ortográfico, tal poderá não acontecer nos espaços que estão reservados aos colunistas do DN. O jornal optou por deixar ao critério dos mesmos a adoção do acordo.

 

FONTE: Diário de Notícias e Diário de Notícias

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