Macau, China, 02 dez (Lusa) – A Universidade de Macau revelou hoje que decidiu acabar com a oferta da cadeira de português como disciplina opcional para os estudantes de cursos que não integram o departamento de estudos portugueses.
Num comunicado, a universidade confirma uma notícia avançada pela Rádio Macau e explica que “infelizmente, a maior parte dos alunos que escolhiam a cadeira” de “Língua Portuguesa I – Introdução ao Português”, oferecida como cadeira opcional, “normalmente paravam quando atingiam o nível 1” ou seja, só faziam um semestre.
Por causa disso, “para evitar o desperdício de recursos” e “encorajar os alunos a continuarem a estudar português”, a universidade revela que vai integrar a cadeira num “programa ‘minor’ de Estudos Portugueses no ano letivo de 2017/2018”, dentro do qual os alunos “terão de completar” 18 créditos.
A universidade garante que “sempre prestou grande importância “às cadeiras de português” e que “para apoiar a política” do Governo de Macau de “treinar mais profissionais que dominem bem a língua portuguesa”, o Departamento de Português da instituição é considerado como sendo chave e a Língua Portuguesa é considerada “disciplina fundamental”, o que se traduz na atribuição de recursos.
A Rádio Macau (do grupo TDM) noticiou hoje o fim gradual, até 2017, da oferta do português como disciplina opcional na universidade do território, administrado por Portugal até 1999 e que mantém o português como uma das línguas oficiais.
Em declarações à rádio, a diretora do Departamento de Português da Universidade de Macau, Fernanda Gil Costa, revelou que já no próximo semestre, as atuais 18 turmas que frequentavam a disciplina passarão a dez e menos 200 alunos estudarão português.
“Já reagi com algum desagrado. Fiz saber aqui dentro da universidade – aos meus superiores imediatos – que, de facto, o departamento não está de acordo com as medidas que foram tomadas e que gostaria de poder continuar a dar resposta aos alunos que procuram o departamento”, afirmou, admitindo no entanto que o argumento da universidade para esta decisão “é forte” e que, de facto, num só semestre, os estudantes pouco aprendem e acabarão por esquecer o que lhes for ensinado.
“Mas muitos desses alunos, de facto, tiram mais”, acrescentou.
“Aquilo que me disseram é que o orçamento para 2016 sofreu cortes. Suponho que estamos a ser alvo dos cortes – não digo que seremos os únicos –, mas é evidente que, quando me dizem que não posso ter tantas pessoas contratadas à hora para dar turmas de Português, vejo isso como um corte da oferta da língua portuguesa”, disse ainda Fernanda Gil Costa.
MP // APN – Lusa/fim
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