A Língua portuguesa e a filosofia de expressão portuguesa

Pedro CalafatePedro Calafate, Professor catedrático da Universidade de Lisboa

«Quem for dotado daquele senso linguístico que caracteriza os verdadeiros poetas, saberá que muitas palavras portuguesas, como por exemplo “saudade” e “alvoroço”, representam vivências fundamentais que, fenomenologicamente estudadas, abrem caminho para noções que estimulam a peculiaridade do nosso pensar»

Álvaro Ribeiro, Apologia e Filosofia, Lisboa, 1953, p. 45.

«Universal só o pensamento completamente isento de expressão»

Álvaro Ribeiro, Apologia e Filosofia, Lisboa, 1953, p. 46

«A razão humana só unifica ou universaliza perante o plural ou o múltiplo da experiência que lhe vai sendo dada»

Álvaro Ribeiro, «Filosofia e Política» in A Filosofia Portuguesa, –Inquérito, Braga, 1972., p. 116

A dimensão criacionista da linguagem

«O escritor não pode atribuir a cada vocábulo, de que arbitrariamente usa, uma significação qualquer, se assim procedesse, afastar-se-ia das melhores possibilidades de entendimento; mas é-lhe lícito convidar o leitor a ver em cada palavra escolhida uma via de acesso a outro significado que, em mais alto grau, venha a ser garantido pelo encontro com a etimologia. As leis da linguagem são principalmente as leis da imaginação : — por isso as palavras servem de velas, ou valem como asas (…)»

Álvaro Ribeiro, Apologia e Filosofia, 1953., p. 58/59.

«Observando, também, que muitas palavras mudam de som, de grafia e de significado em períodos determinados por documentos paleográficos, e que tais alterações nem sempre obedecem ao que se poderia chamar «leis da gramática clássica», o etimologista reconhecerá ser-lhe indispensável estudar psicologia e etnologia se quiser escrever a história da língua»

Álvaro Ribeiro, A Razão Animada, Lisboa, s.d., p. 115
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