Houston, 03 fev (Lusa) – A petrolífera Anadarko está a negociar o fornecimento anual de mais de oito milhões de toneladas de gás natural de Moçambique a clientes asiáticos a longo prazo, anunciou a empresa durante a apresentação dos resultados do ano passado.
De acordo com o comunicado disponível na página desta empresa norte-americano, “a Anadarko e os seus parceiros na Área 1 de offshore, em Moçambique, continuaram a avançar nos acordos de venda a longo prazo de Gás Natural Liquefeito, com a adição de mais ‘pontos de acordo’ com clientes no mercado asiático”, totalizando contratos não aprovados, mas em negociação, de mais de oito milhões de toneladas por ano.
Os pontos de acordo são uma espécie de guião para as negociações entre as empresas, normalmente fornecedores e clientes, com vista à realização de um negócio, em que cada parte avança para negociações com um conjunto de interesses, e em que nenhum ponto está verdadeiramente fechado até que todo o contrato seja ratificado.
O comunicado que apresenta as contas globais da empresa, com prejuízos atribuíveis aos acionistas de quase 500 milhões de dólares, ou 0, 78 cêntimos de dólar por ação, surge no seguimento da aprovação, em Moçambique, da Lei do Petróleo, descrita como “um passo importante na criação da moldura adequada para um enquadramento de negócios estável para os investidores, clientes, setor financeiros e construtores”.
São parceiros da Anadarko na zona 1 (“offshore”) a Mitsui EP Moçambique Área 1 Limitada (20%), BPRL Ventures Moçambique B.V. (10%), Videocon Moçambique Rovuma Área 1 Limitada (10%) e PTT Exploração e Produção Plc (8, 5%). A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos EP (ENH) tem 15% durante a fase de exploração.
Com um potencial de exploração de cerca de 200 biliões de pés cúbicos de gás natural, os projetos liderados pela norte-americana Anadarko e a italiana Eni poderão colocar Moçambique entre os maiores países exportadores de LNG, estando o prazo para o arranque da exploração comercial fixado pelas empresas e pelo Governo moçambicano para 2018.
Esta data tem, no entanto, suscitado dúvidas a vários analistas económicos, que não arriscam um prazo inferior a 2020, atendendo ao volume de investimentos e ao tempo de desenvolvimento das infraestruturas necessárias à exploração do gás natural, normalmente a rondar uma década.
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Fotos:
– Rebocador que opera no porto de Maputo, Moçambique, 17 de março de 2014. ANTÓNIO SILVA/LUSA
– Porto e baixa da cidade de Maputo, Moçambique, 22 de maio de 2014. ANTÓNIO SILVA/LUSA