Boa é a Neve Que Em Seu Tempo Vem

À porta do estúdio fotográfico, o senhor Augusto retrata os passantes, na ilusão de poder captar, nos seus rostos, segredos e mistérios de vida e na esperança de poder satisfazer os seus pedidos mais extravagantes e libertadores: “Assim mesmo toda molhada!” porque foi nesta chuva fria que afoguei as mágoas que me consumiam no presente e enegreciam o futuro “Quiero una fotografía en colores, Don Augusto!” porque tudo é cinzento nesta prisão e as privações e humilhações diárias fazem com que apenas sobreviva o pior que há em nós “Os dois nus!” porque é chegado o tempo de dar carta de alforria ao desejo e de erotizar a timidez.

João Mendes Ramos
apresenta-nos
Boa é a Neve que em seu tempo vemPalavras
que ganham força
pelo
movimento de sonhos
de
um olhar desperto
Na sua simbólica apresentação de A a Z, as mulheres que dão a cara nestes retratos são capazes de amar, odiar e desafiar, em lides contra a humilhação e a discriminação, protagonizando narrativas entretecidas em alegorias, inspiradas nos olhares, gestos, momentos e esgares captados pelas objetivas do senhor Augusto.Boa é a Neve que em seu tempo vem

 

 

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